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23 de maio de 2011

Relembrando doutrinas da teologia dogmática sobre Jesus

Para que complicar mais os assuntos teológicos e bíblicos?


Para os espíritas, todos os seres humanos estão em caminhada evolutiva constante e para sempre em direção ao nosso Deus Pai, do qual procedemos e para o qual, um dia, retornaremos. Deus não faz acepção de pessoas e não dá nó cego em sua criação!

Quem é de outra crença, pode estar mais próximo de Deus do que eu. E declaro que eu não me preocupo tanto com o aspecto literário do texto, mas apenas com a sua correção e a sua clareza. Para que complicar mais ainda os assuntos teológico-bíblico-filosóficos?

Quando o Concílio Ecumênico de Nicéia (325) decretou que Jesus é também Deus, o que é contra o ensino Dele próprio, pois Ele sempre se declarou apenas Filho de Deus e jamais Deus, a teologia cristã começou a entrar em crise. E como não se podia negar que o Nazareno é também um ser humano, o arcebispo e teólogo sírio Nestório, patriarca de Constantinopla, concluiu uma verdade que salta aos nossos olhos, ou seja, que Jesus tinha, então, duas pessoas, uma divina e outra humana. Mas o Concílio Ecumênico de Éfeso (431) decretou o dogma de que Jesus é só pessoa divina e de que Maria é Mãe de Deus ("Theotokos"). E foi criado também o da "Santa Maria Mãe de Deus" acrescentada à Ave Maria bíblica do anjo Gabriel. Esse concílio ainda condenou Pelágio, cuja teologia era contra o dogma do Pecado Original. Em seguida, o teólogo grego Eutiques defendeu a doutrina de que, se Jesus é só uma pessoa divina, então Ele só tem uma natureza, a divina (monofisismo). Porém o Concílio Ecumênico de Calcedônia (451) estabeleceu que Jesus tem duas naturezas: uma divina e outra humana.

Os dogmas do Espírito Santo e da Santíssima Trindade já haviam sido instituídos no Concílio Ecumênico de Constantinopla (381). Mas o da trindade foi complementado principalmente por santo Agostinho, e confirmado pelo Concílio Ecumênico de Constantinopla (553), quando também foi condenada a preexistência do espírito antes da concepção do corpo, o que é contra a Bíblia (Jeremias 1:5; e Sabedoria 8:19-20) e que, automaticamente, tirou a doutrina da reencarnação do cristianismo. Mas por ter sido esse concílio muito tumultuado, há teólogos que são de opinião de que a reencarnação não foi condenada (mais detalhes em meu livro "A Reencarnação na Bíblia e na Ciência", 8ª Edição, Ed. EBM, SP).

Cerca de oito séculos depois, essas doutrinas polêmicas sobre Jesus e a Santíssima Trindade ainda incomodavam os teólogos, como ainda vão incomodá-los até que elas sejam retificadas. É decretado o dogma do "Filioque" (e do Filho) pelo Concílio Ecumênico de Lion (1274), França. O "Filioque", que dá mais importância à divinização de Jesus, é defendido pela Igreja Católica Apostólica Romana, a qual afirma que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. Já a Igreja Ortodoxa Oriental, separada da Igreja Católica Apostólica Romana desde 1054, não o aceita. Ela, dando menos importância à divinização de Jesus, ensina que o Espírito Santo só procede do Pai.

Muitos de vocês que me honram com a leitura desta coluna nunca ouviram padres e pastores falarem nessas coisas, e sabem por quê? Porque eles as ignoram ou querem poupá-los de mais complicações para a sua já frágil fé em doutrinas de mistérios e mais mistérios dos teólogos e que eles ainda dizem que são de Deus!

E vem à baila esta pergunta: como crer em uma doutrina desconhecida? Será que é por receio de que ela seja pouco convincente? A verdade é que estamos caminhando para a fé raciocinada kardequiana!


Escrito por : José Reis Chaves



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