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1 de abril de 2011

Mulheres cada vez mais buscam "aquele" benefício nos amigos

Tabu há alguns anos, tema é comum nas comédias românticas de hoje


Nova York, EUA. Seja "amigos com benefícios" ou "sexo sem compromisso", o fenômeno de amigos que fazem sexo está se tornando uma tendência na cultura pop ocidental com uma inversão - agora são as mulheres que querem sexo sem compromisso.

Amigos com benefícios (ACB) são diferentes das relações ocasionais, nas quais as pessoas se encontram, fazem sexo e é só. "A grande diferença é que um amigo com benefícios talvez possa chegar por volta das 19h. Já um parceiro casual seria seu último recurso às 2h da manhã", disse Maria Avgitidis, fundadora da agência de namoro Agape Match, com sede em Nova York.

A ideia de que homens e mulheres não podem ser amigos surgiu nas telas de cinema em 1989, com o clássico "Harry e Sally - Feitos um para o Outro", quando Harry explicou a Sally que "a parte do sexo é sempre um empecilho".

Mas, com o lançamento de "Sexo sem Compromisso", em janeiro, Hollywood inova mais uma vez ao apresentar a personagem de Natalie Portman, Emma, como uma mulher confiante de que é capaz de fazer sexo sem sentimento com seu amigo Adam, representado por Ashton Kutcher. Em uma reviravolta da trama habitual, é Adam quem se apaixona por Emma.

Poucas décadas atrás, as implicações sexuais dessa comédia não seriam tão bem recebidas. Mas os ACBs são visivelmente mais comuns na cultura pop. "Nós podemos ter ‘sexo sem compromisso’ por causa de ‘Harry e Sally - Feitos um para o Outro’ e de ‘Ligeiramente Grávidos’ e de ‘O Virgem de 40 anos’", explica a médica Lynnea Chapman King, uma culturalista que acredita que esses filmes ajudaram a abrir o caminho, dentro do que as obras podem fazer e do que o mercado permite.

Normal. A psicoterapeuta Margaret McCraw observa que o termo ACB (FWB, na sigla em inglês) "está se fortalecendo à medida que classifica esse tipo de relacionamento como normal. Entretanto, esse tipo de arranjo nem sempre foi considerado aceitável".

Pode-se perceber uma grande evolução dos costumes desde o filme de 1967 "A Primeira Noite de um Homem" - no qual uma mulher casada tem um caso tipo ACB com um homem mais jovem - até "Sexo sem Compromisso", em que se fala claramente sobre isso. Essa tendência pode ser conferida em "Amigos com Benefícios", que irá estrear no Brasil em setembro. "Foi realmente uma evolução sem volta", disse King.


Andrea Syrtash, especialista em relacionamento e autora do livro "Ele Só Não É o Seu Tipo - e Isso É uma Coisa Boa ("He’s Just Not Your Type - And That’s a Good Thing"), acrescenta que ACBs estão mais visíveis agora porque "nós não queremos nos casar cedo, como costumávamos fazer". "Portanto, o ‘sem-compromisso’ não só funciona em relacionamentos, mas também na vida", diz Andrea.

Deborrah Cooper, especialista em namoro e conselheira sentimental, observa que, se uma mulher tem clareza do que ela quer, uma relação ACB pode dar certo, mas não é isso que ela vê acontecendo. "Eu vejo milhares de mulheres jovens entrando nessas situações e sempre terminam com: ‘Bem, no início eu não gostava dele; no início não era isso que eu queria, mas agora eu quero mais’".

Apesar da dura realidade de que as amizades com benefícios nem sempre irão levar a um compromisso amoroso duradouro, homens e mulheres continuam engolindo o final feliz proposto pelas comédias românticas.


Consequências

Conversa franca ajuda a ter um final feliz

Nova York. No ensino fundamental, Kaitlin Amitrano conheceu um menino. Eles estavam sempre juntos e acabaram se tornando bons amigos. Hoje, aos 23 anos e trabalhando como produtora da MTV, ela resolveu dar uma agitada na relação e os dois se tornaram amigos com benefícios (ACBs). "Eu estava consciente do que é a relação antes de entrar nela", explicou Kaitlin.


A jovem conta que se sente confortável nessa relação de ACB e já teve quatro amigos com benefícios desde o início da faculdade. "Eu me coloco nesse tipo de situação porque eu não quero compromisso, mas também, ao mesmo tempo, porque o rapaz não levanta a questão", justifica a opção pela falta de compromisso.

O fenômeno pode ser percebido na internet. É o caso de uma mulher que dá conselhos amorosos em um blog, sob o pseudônimo de Moxie, e o seu ACB, que têm uma relação de amizade com benefícios bem-sucedida há oito anos. "Nós compartilhamos muitas coisas em comum; nós nos divertimos muito quando saímos juntos", diz Moxie. Ela conta ainda que ambos desenvolveram uma grande amizade ao longo dos anos.

Já a professora de primário Katrina Green gosta de ACB porque isso lhe dá a liberdade de agir de acordo com seus desejos sexuais. "Se eu estou atraída por alguém, não há nada que me impeça, se isso for uma coisa mútua. Se você tiver uma conversa adulta sobre o assunto, não tem por que terminar mal", garante.

A última amizade com benefícios de Green durou só dois meses e ambas as mulheres sim, mulheres são mais amigas agora do que eram antes.

Essas pessoas podem ser atípicas nessa tendência social, pois terminar mal é o que os especialistas em namoro e relacionamentos dizem que geralmente acontece na vida real. "Eu acho que a descrição de amigos com benefícios de Hollywood é a de que se você tem sexo suficiente, você acaba se apaixonando, e não é esse o caso", diz a consultora matrimonial Maria Avgitidis.


1 comentários:

Almanakut Brasil disse...

Tô à disposição! (delas)