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1 de abril de 2011

Satélite europeu forma mapa preciso da gravidade na Terra

Modelo geoide da atração gravitacional difere do formato elíptico do planeta

Munique, Alemanha. A agência espacial europeia (ESA, na sigla em inglês) informou ontem que conseguiu mapear a gravidade da Terra "com uma precisão inigualável" por meio de dados colhidos pelo satélite Goce, que está em órbita há dois anos. O modelo, conhecido como geoide, define onde estão os níveis da superfície terrestre, esclarecendo se o sentido é "para cima" ou "para baixo".

Os cientistas afirmam que os dados podem ser usados em inúmeras aplicações, entre elas, nos estudos de mudança climática para ajudar a entender como a grande massa de oceanos move calor ao redor da Terra.

O mapa foi desenhado a partir de medições precisas realizadas pelo satélite Goce, sigla formada a partir das iniciais da sonda exploradora de campo gravitacional e equilíbrio estacionário que circula na órbita terrestre a uma altitude de pouco mais de 250 km da superfície - a órbita mais baixa de um satélite de pesquisa.

Lançado em março de 2009, o satélite possui um instrumento chamado gradiômetro, para medir sensíveis alterações no campo gravitacional da Terra. Os dados sobre o planeta são renovados a cada dois meses.

O mapa define, em um determinado ponto, a superfície horizontal na qual a força da gravidade ocorre de maneira perpendicular. Essas inclinações podem ser vistas em cores que marcam como os níveis divergem da forma elíptica da Terra. No Atlântico Norte, perto da Islândia, o nível se situa a cerca de 80 m sobre a superfície. No oceano Índico, esse nível está 100 m abaixo.

Os cientistas dizem que o mapa permitirá aos oceanógrafos definir como seria a forma dos oceanos se não houvesses marés, ventos e correntes marítimas. Subtraindo a forma do modelo, ficam evidentes essas outras influências.

Há outros usos para o geoide. O modelo fornece um sistema universal para comparar altitudes em diferentes partes da Terra, à semelhança dos aparelhos de nivelamento que, na construção, revelam aos engenheiros para onde um determinado fluido corre naturalmente dentro de um tubo ou cano.

Cientistas geofísicos também podem usar os dados da sonda para investigar o que ocorre nas entranhas profundas da Terra, especialmente naqueles pontos susceptíveis a terremotos e erupções vulcânicas.


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