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31 de março de 2011

'Mulheres estão ficando grisalhas mais cedo', diz médico

Genética e estilo de vida são os grandes responsáveis por esta mudança que faz a cabeça de muitas.

Antigamente, as mulheres começavam a notar os primeiros fios brancos aparecendo por volta dos 30, 40 anos de idade. Atualmente, ao redor dos 25 elas já percebem o surgimento dos temidos brancos. Genética e estilo de vida são os grandes responsáveis por esta mudança que faz a cabeça de muitas. Saiba por que isso acontece e se há como reverter o processo.

Acabou a tinta

"A cor do cabelo é algo genético, assim como a quantidade de fios brancos que temos. Em uma situação normal, o cabelo branqueia porque diminui a quantidade de melanina nos fios. A idade na qual isso acontece é bem variável e está ligada às tendências familiares e ao próprio DNA", explicou Francisco Le Voci, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologistas, Regional São Paulo (SP).

Adriano Almeida, dermatologista e tricologista, diretor da Sociedade Brasileira do Cabelo, da capital paulista, contou que os fios envelhecem de maneira cronológica ou por agentes externos, como poluição, sol, cigarro e tratamentos químicos, afetando assim a coloração das madeixas. "O sol é um grande vilão, pois destrói o cabelo, que é feito basicamente por proteínas (melanina e queratina). Com o tempo, a agressão diária do sol oferece uma fragilidade na haste capilar", contou. Ele lembrou também que, a cada geração, a canície (branqueamento dos cabelos) tem se iniciado mais cedo entre o grupo de pessoas que transfere, geneticamente, esta tendência aos descendentes, o que pode estar relacionado ao estilo de vida que levamos.

Influência do meio

Julio Crepaldi, cabeleireiro do salão Galeria, da capital paulista, e embaixador das tinturas Koleston, tem mais de 25 anos de experiência e destacou que tem notado um aumento de mulheres jovens que aparecem no salão com fios esbranquiçados. Ele relaciona a tendência ao cotidiano: "há dez anos, elas chegavam ao salão para cortar o cabelo às 19 horas e iam direto para casa. Atualmente, chegam às 20h e uma hora depois retornam para o escritório em vez de irem para casa descansar".

Esta é a realidade da estudante universitária Rafaela Oliveira, 29 anos, que descobriu os primeiros brancos há três anos. "Percebi que tem aumentado a quantidade de cabelos brancos e acho que é por causa da minha vida corrida. Eu trabalho, faço faculdade, tenho um filho pequeno e ainda cuido da casa. Minha rotina é uma loucura só e vivo estressada!"

Algumas doenças, como o vitiligo, podem causar o branqueamento dos fios em áreas específicas do couro cabeludo, mas pode ser regredido com o uso de medicamentos. Segundo os dermatologistas, a etnia também exerce influência na canície, porque negros e orientais demoram mais para mostrar fios brancos. "O interessante é que, pela minha experiência, já notei que fios grossos, como aqueles dos orientais, costumam aparecer mais brancos", lembrou Crepaldi. Mas Le Voci frisou que "os mitos populares não têm fundamento: puxar um fio branco não fará surgirem sete no local, lavar o cabelo todos os dias não apodrece a raiz etc", disse Le Voci.

Almeida explicou que existe uma doença que pode deixar a pessoa com a impressão de ter ficado cheia de fios brancos em um período curto de tempo: a alopecia areata. "Diz a história que a rainha francesa Maria Antonieta ficou com os cabelos brancos da noite para o dia, depois de receber a sentença de morte pela guilhotina. Este fato ocorre porque a pessoa perde os cabelos coloridos e apenas os brancos ficam na cabeça, dando esta impressão de branqueamento repentino. Os fios brancos são mais grossos e, por isso, mais resistentes à quedas agudas", contou.

Minimizando o problema

Le Voci contou que ainda não surgiram remédios capazes de recuperar a cor dos cabelos, mas, o jornal britânico Daily Mail divulgou, na semana passada, que os cientistas da empresa L´Oreal descobriram que tanto a pele quanto o cabelo possuem células que lhes dão cor, mas, na pele, ela não "desbota" como nas madeixas. Ao observarem mais de perto, os pesquisadores notaram que as células da pele possuem uma enzima diferente daquela do cabelo e teorizaram que poderão desenvolver uma substância capaz de minimizar os efeitos desta enzima, fazendo com que o cabelo produza pigmentos por mais tempo. A expectativa dos cientistas é produzir um suplemento alimentar ou um shampoo que reduza os fios brancos, em até dez anos.

Philip Kingsley, expert em cabelos e autor do livro The Hair Bible (A Bíblia do Cabelo, indisponível em português), escreveu que o estresse consome vitamina B e alguns experimentos com ratos negros, privados desta vitamina, resultou no branqueamento dos pelos e pesquisas com humanos tentam comprovar que o uso de algumas vitaminas do complexo B podem reverter a canície.

Enquanto isso não acontece, muitas precisam se submeter aos tratamentos com tintura para garantir a cor dos cabelos e a aparência mais jovem. "Depois que meu filho nasceu, passei a esconder os brancos com tinta, porque eles são bem indesejáveis", destacou Rafaela. "É melhor o cabelo ficar branco do que cair", brincou Crepaldi, "na nossa cultura, o cabelo branco é relacionado ao desleixo. Os fios brancos também não ficam bacana em qualquer um. É preciso ter o corpo em dia, um visual bronzeado e bem cuidado para ficar legal".

O cabeleireiro aconselhou aquelas que estão descobrindo os primeiros fios a optar por colorações parciais com tinturas semipermanentes, como um colour touch para dar um resultado suave. "Se a canície for localizada, é bom usar um tom próximo ao do fio natural. Agora, se os brancos estiverem bem distribuídos, o legal é fazer luzes com tons avermelhados e caramelos combinados a uma nuance do tom natural para disfarçar o problema."

Fonte: Terra

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