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29 de março de 2011

Comer mais devagar não reduz o apetite, indica estudo holandês

Ingestão de alimento menos calórico praticamente não sofre alteração

NOVA YORK, EUA. erá que comer devagar te deixa mais satisfeito - e com menor probabilidade de lanchar depois - do que comer rápido? Pesquisadores holandeses se prepararam para ver se, com todos os fatores iguais - ou seja, as pessoas comeram a mesma quantidade do mesmo tipo de alimento -, a velocidade do consumo tinha efeito sobre a sensação de saciedade e de fome da pessoa e nos sinais químicos, ou hormônios, que estão envolvidos na regulação do apetite. Os pesquisadores também queriam ver como o ritmo da refeição afetava o lanche após a refeição.

Embora as pessoas tenham dito que elas se sentiram mais saciadas e menos famintas após uma refeição lenta com duração de duas horas com pausas entre as refeições e não se sentiram com vontade de comer mais depois, a experiência não mudou seus hábitos de lanchar, diz Sofie G. Lemmens, uma bolsista de pós-doutorado na Universidade Maastricht, Holanda, principal condutora do estudo publicado na edição de março da "The Journal of Nutrition".

Duas horas e meia após o início da refeição, quando foi oferecida às pessoas uma variedade de guloseimas tradicionais da Holanda - como bolo de maçã, marshmallows com cobertura de chocolate, amendoins, chips e waffles -, elas comeram quase o mesmo tanto do que comeram duas horas e meia após a refeição consumida em 30 minutos.

"Nós não vimos uma grande diferença na ingestão de energia depois", diz Lemmens. Na verdade, as pessoas que comeram mais devagar ingeriram somente 10% de lanches com menos calorias do que comeram quando fizeram sua refeição mais rapidamente, uma diferença que não foi estatisticamente significativa.

Para o seu estudo, os pesquisadores holandeses recrutaram 38 homens e mulheres e pediram a eles que comessem a mesma refeição em uma cozinha-teste controlada em dois dias separados: uma vez com uma refeição "sem pausa" consumida em 30 minutos e uma vez com uma refeição "escalonada", com intervalos entre os pratos de 20 a 25 minutos.

Lemmens disse que a refeição era um prato típico holandês consistindo de salada, macarrão com molho de carne seguido de lasanha de legumes e pudim de framboesa de sobremesa (14% de proteína 54% de carboidrato e 32% de gordura). Amostras de sangue foram retiradas antes, durante e após a refeição para medir os níveis de hormônios envolvidos na sinalização do apetite e os participantes também relataram o quão saciados ou famintos eles se sentiram durante a refeição.

Quando os participantes comeram as refeições mais longas, seus hormônios de saciedade (GLP-1 e PYY, que, acredita-se, comunicam a saciedade ao cérebro e inibem o apetite) aumentaram mais gradualmente do que após a refeição não pausada, quando atingiram o ápice mais rapidamente. Um pouco antes do período do lanche, as pessoas que fizeram a refeição prolongada classificaram a saciedade como maior e a fome menor e seus níveis de grelina, um hormônio que aumenta com a fome e, acredita-se, estimula o apetite, estavam mais baixos.

No entanto, essas diferenças nos níveis de hormônio não afetaram de forma significativa a quantidade de lanches doces e salgados que os participantes comeram, disse Lemmens, sugerindo que a disponibilidade de comidas tentadoras substitui as mensagens internas do corpo de quando parar de comer.

"O ambiente alimentar substitui todos os sinais biológicos", disse Kelly Brownell, diretor do Rudd Center para Política de Alimentação e Obesidade da Yale, que culpa o que ele chama de um "ambiente alimentar tóxico" pela prevalência da obesidade. Ele acrescentou: "Qualquer proteção biológica contra o ganho de peso existente está sendo desativada, quase como que se alguém entrasse e mudasse toda a fiação".

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