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2 de agosto de 2010

O espírito é santo, e Deus é, por excelência, o Espírito Santo

Biblistas que sabem das coisas não as dizem em público

Todo espírito humano ("ruach" em hebraico, e "pneuma" em grego) é santo, nem que ainda o seja apenas em potencial (em forma de semente), pois é criatura emanada diretamente de Deus e semelhante a Ele.

Os espíritos na Bíblia referentes a Deus, Jesus e ao Espírito Santo do dogma da Santíssima Trindade são escritos com as iniciais maiúsculas. Ainda na Bíblia, o Espírito Santo é humano (1Coríntios 6,19) e, por consequência, ele é o conjunto de todos os espíritos humanos.

Também os demônios ou espíritos impuros (ainda não purificados) são espíritos humanos. Igualmente, os deuses são humanos, inclusive Javé, cujos atributos são humanos, pois Ele se arrepende, é raivoso, vingativo, ciumento etc. Javé não se parece em nada com o Deus Pai de Jesus e de todos nós. E, assim, Javé, Jesus e todos nós espíritos somos deuses relativos (Salmo 82,6; João 10,34; e 1Samuel 28,13). Só o Deus Pai e Mãe é Deus absoluto.

Pelas traduções bíblicas adaptadas ao dogma do Espírito Santo, a partir do Concílio Ecumênico de Constantinopla (381), as questões teológicas sobre Deus embaralharam-se. Há de se recorrer, pois, aos originais gregos do Novo Testamento.

Se, em grego, houver o artigo definido "ho", é correto colocá-lo na tradução para o português: "o" Espírito Santo, que pode ser o do próprio Deus, o de um ser humano (Daniel 13,45, da Bíblia Católica) e o do dogma. Como no grego não existe o artigo indefinido "um", sempre que não houver o definido "ho", é porque é o indefinido "um" no português. Mas as traduções, geralmente, colocam erroneamente o artigo definido no lugar do indefinido, e com as iniciais maiúsculas, para darem sempre a ideia do Espírito Santo dogmático trinitário: "o" Espírito Santo, quando o certo é "um" espírito santo. Alguns tradutores até colocam o artigo definido em português "o" entre parênteses. Mas o mais correto seria colocar "um".

Os exemplos abaixo são dos originais em grego. Em todos eles as traduções bíblicas colocaram erradamente o Espírito Santo do dogma da Santíssima Trindade: "José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é de um espírito santo" (Mateus 1,20); "Eu vos tenho batizado com água: ele, porém, vos batizará com um espírito santo" (Marcos 1,8); "E, havendo dito isto, soprou sobre eles, e disse-lhes: Recebei um espírito santo" (João 20,22); "Todos ficaram cheios de um espírito santo" (Atos 2,4); "Mas Estevão, cheio de um espírito santo, fitou os olhos no céu e viu a glória de Deus, e Jesus que estava à sua direita" (Atos 7,55); "Recebestes, porventura um espírito santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe espírito santo" (Atos 19,2).

Às vezes, coloca-se o adjetivo santo ("agion" em grego) antes de espírito: o Santo Espírito (Mateus 28,19; Lucas 12,10 e 12; e Atos 1,8; 9,31; e 16,6). Outras vezes, diz-se apenas "o espírito" (Mateus 4,1; João 1,32; e Atos 8,18). Mais detalhes em meu livro "A Face Oculta das Religiões" e em "Sabedoria do Evangelho", de Carlos Torres Pastorino, vol. 5). Os poucos biblistas que sabem dessas coisas não as dizem em público.

Nós podemos chamar Deus Pai de Espírito Santo, pois Ele é o Espírito Santo por excelência: "Deus é o Pai dos Espíritos" (Hebreus 12,9), que Kardec chamou de causa primária de todas as coisas, o único Ser incontingente para são Tomás de Aquino, e que é o único Ser onipotente, onisciente, onipresente e onividente!

Escrito por:José Reis Chaves

fonte:Otempo

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