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18 de junho de 2010

Câncer de próstata é uma preocupação masculina

Que os homens são muito mais negligentes quando o assunto são os cuidados com a saúde não é nenhuma novidade.

Invariavelmente, muito mais mulheres apostam na prevenção de doenças. Tome-se o exemplo das meninas que, a partir da primeira menstruação são levadas por suas mães às consultas ginecológicas.

Some-se a esse descuido masculino, tabus e preconceitos infundados. Como o caso dos exames de prevenção do câncer de próstata. Um grande contingente de homens, mesmo aqueles que chegaram à idade recomendada para os testes preventivos da neoplasia, sem qualquer motivo explicável, preferem não procurar um médico urologista para uma consulta de rotina, deixando ao acaso a existência ou não a incidência desse tipo de câncer, o segundo mais comum entre o sexo masculino, atrás apenas do câncer da pele.

Este preconceito tem diminuído e uma mudança no comportamento dos homens vem sendo influenciada pelas mulheres, que os incentivam a procurar ajuda médica. "Quando diagnosticado precocemente, o câncer da próstata, tem altas taxas de cura", esclarece o urologista Oskar Kaufmann.

Os homens sabem que o toque digital é importante para o diagnóstico da doença. Nesses casos, a glândula torna-se irregular e de consistência endurecida. Além do toque, dois outros exames são utilizados para sua identificação: dosagens do antígeno prostático específico no sangue - um teste conhecido por PSA - e o exame de ultrassom.

Atualmente, definiu-se que a melhor forma de diagnosticar o câncer da próstata é representada pela combinação de toque digital e dosagem do PSA. A recomendação médica é que os homens com idade acima de 40 anos, com história familiar positiva para câncer de próstata ou com mais 45 anos, mesmo sem casos familiares, passem por exames periódicos.

Fatores genéticos

A neoplasia também é considerada o "câncer da terceira-idade", urologista, pois cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65 anos de idade.

No Brasil, são esperados mais de 52 mil novos casos para 2010, segundo previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca). O câncer da próstata não produz sintomas nas fases iniciais.

Com o decorrer do tempo, pode surgir dificuldade para expelir a urina, jato urinário fraco ou aumento do número de micções.

Para o urologista, esses sintomas são comuns nos casos de crescimento benigno, de modo que a presença deles não indica a existência de câncer, mas exige, no mínimo, uma avaliação médica.

Sua origem é desconhecida, entretanto, presume-se que alguns fatores possam influenciar o seu desenvolvimento. Entre eles, o fator genético, visto a incidência de a neoplasia ser maior em familiares de portadores da doença.

De acordo com a literatura médica, a presença em parentes do primeiro grau aumenta a probabilidade de diagnóstico positivo em 18%. De maneira geral, o câncer da próstata acomete cerca de 10% dos homens após os 50 anos e, à medida que a idade avança, o risco aumenta, chegando a acometer cerca de 50% dos homens aos 75 anos.

Fatores ambientais

"O fator hormonal também é bastante importante, pois essa neoplasia regride de maneira significativa com a supressão dos hormônios masculinos, como a testosterona", avalia Kaufmann. Este hormônio não é indutor de câncer, entretanto, em homens já portadores da neoplasia ou com predisposição, ela estimularia seu crescimento.

Ultimamente, tem se dado muita atenção ao fator dieta alimentar. Dietas ricas em gordura predispõem ao câncer, enquanto que as ricas em fibras e tomate ajudam a prevenir ou adiar o seu aparecimento.

São conclusões baseados em levantamentos epidemiológicos em áreas geográficas de maior incidência. Várias outras substâncias que interferem no metabolismo dos hormônios sexuais estão sob estudos, como as vitaminas, o cádmio e o zinco.

O fator ambiental é alvo, também, de pesquisas. Populações de baixa incidência de câncer de próstata, quando migram para áreas de alta incidência, apresentam um aumento na ocorrência de casos. Por isso, poluição, cigarro e fertilizantes, além de outros produtos químicos estão sob suspeita.

Nova tecnologia

A mais recente entre as novas evoluções da medicina é a braquiterapia em tempo real. Pequenas sementes radioativas irradiam o tumor, em um tratamento minimamente invasivo, com riscos muito baixos de provocar a impotência ou a incontinência urinária - os principais efeitos colaterais da cirurgia radical (prostatectomia).

O principal diferencial, no entanto, está no fato do médico proceder ao implante, podendo visualizar a dose obtida no mesmo instante. Desta forma, caso haja alguma falha na dosagem a correção é feita na hora, aumentando a precisão no tratamento e as chances de cura. O sistema convencional leva desvantagem, pois não permite corrigir o planejamento da dose no tempo real.

O radioterapeuta José Carlos Gasparin Pereira, diretor clinico da Clinirad, unidade pertencente ao Hospital Angelina Caron, confirma que uma pesquisa realizada pelo Florida Radiation Oncology Group comprovam que a combinação da braquiterapia com outras formas avançadas de radioterapia externa, possibilitam índices de cura superiores a 95% entre pacientes com estágios iniciais do tumor da próstata e de 85% entre aqueles de alto risco.

A próstata

A próstata é uma glândula exclusiva do sexo masculino e que se localiza logo abaixo da bexiga, envolvendo a uretra. Ela pesa entre 25 e 30 gramas e tem formato de uma noz. Sua consistência torna-se endurecida quando apresenta câncer.

O órgão produz cerca de 70% do líquido seminal, substância fundamental na vitalidade e no transporte dos espermatozóides. Portanto, tem um papel fundamental na fertilidade masculina.

Diferentes condutas de tratamento

Prostatectomia radical - nos pacientes com bom estado geral e com expectativa de vida superior a dez anos a cirurgia estará indicada e pode ser realizada por via supra-púbica, laparoscópica e robótica, dependendo da experiência do cirurgião. A linfadenectomia pélvica é realizada juntamente com a retirada da próstata e vesículas seminais.

Radioterapia - as modalidades utilizadas, atualmente, são a radioterapia externa convencional, a tridimensional conformacional, a modulação de intensidade de feixe e a braquiterapia.

Os efeitos adversos da radioterapia são os sintomas irritativos miccionais e retais, retenção urinária em próstatas maiores e disfunção erétil. Indicada geralmente nos casos aonde existe uma expectativa de vida acima dos dez anos.

Observação vigilante - a observação é opção viável e importante no câncer de próstata localizado, mas pode ter alto risco em pacientes com expectativa de vida maior que dez anos. Tem o intuito de preservar a qualidade de vida, com possibilidade de intervenção antes da progressão sintomática da doença.


fonte:paranaonline

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