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20 de maio de 2010

Pular de galho em galho pode gerar problemas interpessoais

Homens têm mais encontros casuais e mulheres preferem múltiplos amantes

NOVA YORK, EUA. Os relacionamentos casuais, os famosos "ficar pulando de galho em galho", têm sido responsabilizados por inúmeros infortúnios interpessoais, desde a proliferação de doenças sexualmente transmissíveis até a destruição do romance e a morte do amor verdadeiro. Agora, os ficantes e os "amigos com benefícios" estão associados a outro risco, o de se ter amantes concomitantes ou, no jargão acadêmico, "parceiros simultâneos".

Um novo estudo da Universidade de Iowa intitulado "The Contexts of Sexual Involvement and Concurrent Sexual Partnerships" ("Os Contextos dos Envolvimentos Sexuais dos Parceiros Sexuais Simultâneos") descobriu que, comparando-se com pessoas em um relacionamento sério, aquelas que ficam com um estranho ou conhecido e os amantes de "amigos com benefícios" são muito mais prováveis de terem vários parceiros diferentes simultaneamente. Isso pode espalhar discórdia e doenças sexualmente transmissíveis.

O objetivo do estudo foi estabelecer a associação básica entre tipos diferentes de relacionamentos sexuais e os parceiros simultâneos", disse Anthony Paik, professor de sociologia, que publicou os resultados na edição de março da revista "Perspectivas sobre a Saúde Sexual e Reprodutiva".

A maioria dos estudos sobre os "ficantes" e seus descontentamentos é feita com adolescentes, mas essa pesquisa é uma das poucas a examinar os adultos que, aparentemente, também são bem travessos. Segundo a pesquisa de Paik, um terço dos relacionamentos adultos não tem exclusividade. Apesar de, no geral, a probalilidade de os homens manterem relacionamentos causais ser três vezes maior, as mulheres que têm "amigos com benefícios" são mais prováveis de terem múltiplos parceiros.

Será que Harry (do filme e "Harry e Sally - Feitos um para o Outro") estava certo ao dizer que homens são secretamente apaixonados por suas amigas e, assim, estão menos propensos a ficar com uma delas? O caso é que as vovós estavam quase absolutamente certas: pular na cama com alguém não aumenta a probabilidade de levar ao matrimônio. O sexo na primeira semana de um relacionamento está associado com um risco maior de não-monogamia. Já as mulheres que se davam bem com os pais do seu companheiro eram menos prováveis do que os homens de ter parceiros sexuais múltiplos.

Tudo isso não significa necessariamente que ficar pulando de galho em galho leva à não-monogamia. "Estabelecer a relação entre os relacionamentos não sérios e os parceiros concomitantes é a descoberta chave que ainda precisa ser feita", disse Paik. "Mas não está claro se essa é uma história casual ou uma história de seleção".

Ele acredita na seleção. Em outras palavras, pode ser que as pessoas prováveis de entrarem em relacionamentos sexuais abertos estejam predispostas a não ter ou pedir "exclusividade" ao parceiro - não que a natureza do próprio relacionamento cause a não-monogamia.

Em qualquer estudo como esse feito através de entrevistas, é preciso levar em conta as distorções decorrentes das recordações dos fatos e desejo de socialização. As pessoas costumam "esquecer" comportamentos sexuais ou relatá-los erroneamente porque o ato de ficar pulando de galho em galho ainda é visto com preconceito (pelo menos em alguns círculos conservadores).

Pesquisa

Base de dados. O estudo "Os Contextos dos Envolvimentos Sexuais dos Parceiros Sexuais Simultâneos", de Anthony Paik, usa dados sobre 783 adultos heterossexuais na região metropolitana de Chicago.

Alerta
Instabilidade tem preço alto

Necessidade de companhia e desconfiança da lealdade do parceiro são as principais causas apontadas pela terapeuta de casais Alina Campos para a instabilidade na relação conjugal. “Quando um dos dois percebe que o outro não tem o objetivo de cumplicidade e lealdade, pula para o próximo galho. Mas sempre precisa de um novo parceiro porque tem medo de ficar sozinho”, afirma.

A terapeuta lembra que a prática é comum entre ambos os sexos, mas o homem aproveita a situação para sair por cima. “Ele acredita que, agindo assim, consegue reafirmar sua virilidade”, diz. Ela observa que a diversidade de parceiros pode ser uma cultura que começa a ser formada em casa. “Uma criança de 7 anos que me disse que não iria se casar, pois não queria ser traída como a mãe”, conta.

As desvantagens são muitas. “O indivíduo acaba desenvolvendo um quadro de baixa autoestima, pois cada fim de relacionamento significa um fracasso na vida”,diz. Alina afirma, ainda, que a pessoa que não consegue ter estabilidade amorosa acaba se tornando superficial em seus relacionamentos pessoais porque “tem medo de ser magoada”. Os danos se refletem num futuro casamento. “Trabalho há 20 anos com casais e posso dizer que os relacionamentos passados são os grandes causadores de problemas nas relações atuais. Se esse relacionamentos foram mantidos de forma desenfreada, o problema será muito maior”, alerta.

fonte:Otempo

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