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26 de julho de 2011

Cientistas temem que experimentos criem macacos falantes

Alerta ressalta os limites éticos das pesquisas científicas


Londres, Reino Unido. A Academia de Ciências Médicas da Grã-Bretanha pediu ontem ao governo que estipule regras mais estritas para as pesquisas médicas envolvendo animais. Em relatório escrito por professores do King`s College de Londres, o grupo teme que experimentos envolvendo transplante de células acabem criando anomalias, como macacos com a capacidade de pensar e falar como os humanos.

O alerta destaca a questão dos limites da pesquisa científica. O professor Christopher Shaw, um dos autores do relatório, diz que tais estudos "são extraordinariamente importantes".

A academia ressalta que não é contrária a experimentos que envolvam, por exemplo, o implante de células e tecidos humanos em animais. No entanto, ela defende que estão surgindo, com o avanço das técnicas, novos temas que precisam ser urgentemente regulados.

Estudos atuais, por exemplo, transplantam células cancerígenas em ratos a fim de testar novas drogas contra o avanço da doença. Também é possível, através dos avanços científicos, criar ratos com lesões similares às causadas por um derrame cerebral para que sejam depois injetadas células-tronco humanas, a fim de corrigir os danos. Outro estudo implantou um cromossomo humano no genoma de ratos com síndrome de Down a fim de tornar possível a compreensão da doença.

Apesar de a maioria dos experimentos ser feita com ratos, os cientistas estão particularmente preocupados com os testes em macacos. Na Grã-Bretanha, as investigações com macacos de grande porte como gorilas e chipanzés são proibidas. No entanto, em outros países, como nos Estados Unidos, elas são liberadas.


Segundo o professor Thomas Baldwin, outro membro da academia, o que se teme é que as pesquisas médicas comecem a introduzir células cerebrais humanas no cérebro de primatas. "Tememos que isso, de repente, faça com que os primatas adquiram algumas das capacidades que se consideram exclusivamente humanas", disse.


Segundo o relatório, "criar características como a linguagem ou a aparência humana nos amimais, como forma facial ou a textura da pele, levanta questões éticas muito fortes". Baldwin destaca que essas possibilidades são muito exploradas na ficção, "mas precisamos começar a pensar nelas".

Reprodução e área cognitiva concentram as preocupações

Londres. O relatório indica três áreas particularmente "delicadas" na pesquisa com animais: a cognitiva, a de reprodução e a criação de características visuais que se percebam como humanas. "Uma questão fundamental é se o fato de povoar o cérebro de um animal com células humanas pode resultar em um animal com capacidade cognitiva humana, a consciência, por exemplo", diz o relatório.


O professor Martin Bobrow, principal autor do relatório, sugere o que chama de "prova do grande símio": se um macaco que recebeu material genético humano começa a adquirir capacidades similares às de um chimpanzé, então é hora de frear os experimentos, já que o chimpanzé é mais próximo do humano.


Na área de reprodução, recomenda-se que embriões animais produzidos a partir de óvulos humanos não se desenvolvam além de um período de 14 dias. O principal objetivo é discutir questões éticas.

Flash
"Planeta dos Macacos".
Chegou à TV em 1974. Os protagonistas aterrissam na Terra no ano de 3085 e confirmam o domínio dos macacos sobre o planeta.


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