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13 de julho de 2011

Aparelho ajuda paciente sem movimentos a se comunicar


Enfermeira coloca sensores em paciente que perdeu quase os todos os movimentos para que ele possa usar o computador

Um aparelho desenvolvido na França e adaptado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no Triângulo Mineiro, é uma esperança de comunicação para as pessoas que perderam praticamente todos os movimentos do corpo. Com a alternativa, o paciente que sofre com alto grau de disfunção motora pode escrever frases, chamar pessoas (pelo sistema de áudio), avisar se sente dores e até se entreter com vídeos e músicas.

O mecanismo funciona com um programa de computador ligado a um monitor e a sensores - que podem ser parecidos com eletrodos usados em exames de coração - conectados à pele do paciente. Estes dispositivos reconhecem movimentos mínimos, como o ranger dos dentes ou uma piscada de olhos, e o programa interpreta como um clique no mouse, explica o pesquisador Eduardo Lázaro Martins Naves, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica da UFU.

O especialista revela que levou a iniciativa à Uberlândia após cursar o pós-doutorado na França. Para tanto, Naves contou com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e do Cofecub, órgão francês de incentivo à pesquisa.

"Na UFU, fizemos aplicação do dispositivo (um sensor mais preciso) adaptável a mais pacientes", afirma. As adaptações do projeto no Brasil foram feitas em cerca de seis meses, segundo o coordenador da equipe brasileira de pesquisadores Alcimar Barbosa Soares.

Surpreendente. A primeira pessoa a ser beneficiada com a alternativa, no Brasil, foi o paciente Manuel José da Silva, 42. Ele está internado há seis anos no Hospital das Clínicas da UFU, com quadro de esclerose lateral amiotrófica.

Manuel superou as expectativas dos pesquisadores e operou o sistema rapidamente, informou o coordenador Soares. Os sensores foram colocados na região da bochecha do paciente e, com pequenos movimentos na musculatura do rosto, Manuel conseguiu digitar sua primeira frase: "glória a Deus", revelou o pesquisador Naves. Segundo o professor, a irmã do paciente acompanhou o procedimento e estava emocionada com a reação do irmão.

O sistema é bastante simples e intuitivo, de acordo com Alcimar Barbosa Soares, PhD em engenharia biomédica. "Esse tipo de pesquisa é muito agradável, pois estamos desenvolvendo algo que pode beneficiar a vida", opina. Preocupado, ele ressalta que o equipamento possibilita que os pacientes voltem a se socializar. "É para que ele consiga interagir com o mundo. É a reinserção social", afirma.

Na França, 12 pessoas já utilizaram o aparato. No Brasil, os pesquisadores devem apresentar a ideia ao Sistema Único de Saúde (SUS), para que o aparelho "possa ser utilizado em todo o Brasil, em hospitais, mas também em domicílios", comenta Naves.

Atualmente, o equipamento teria custo em torno dos R$ 2.500, mas não é vendido e não tem parceria com convênios.


Serviço
Universidade avalia casos de disfunção

Na tela do computador, o paciente escreveu: "Glória a Deus"
Familiares e responsáveis por pacientes com quadro instaurado de alto grau de disfunção motora podem procurar a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) para avaliação. Segundo o coordenador da equipe brasileira, Alcimar Barbosa Soares, do Laboratório de Engenharia Biomédica da Faculdade de Engenharia Elétrica da UFU, o aparelho pode ser disponibilizado a pacientes.

Soares explica que a alternativa deve ser adaptada conforme o quadro do paciente. "Se ele quebrou a coluna e não move nada, o mecanismo de controle é diferenciado", diz. (AJ)

Laboratório de Engenharia Biomédica da Faculdade de Engenharia Elétrica da UFU: (34) 3239-4701




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