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27 de junho de 2011

Obesidade já atinge mais de 20% dos adolescentes no país

Oito em cada dez jovens obesos mantêm o quadro na vida adulta

Mais da metade da população brasileira sofre com o excesso de peso. Dos adolescentes do sexo masculino, 21,5% já apresentam quadro de obesidade. Das jovens dessa faixa etária, 19,4% são obesas, como mostra a Pesquisa Nacional de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2008 e 2009.

O número é preocupante, uma vez que cerca de 80% dos obesos nessa idade vão carregar a doença para a fase adulta. A endocrinologista Roberta dos Santos Rocha, coordenadora do Ambulatório de Obesidade na Infância e Adolescência da Santa Casa de Belo Horizonte, diz que as transformações hormonais na adolescência não justificam o excesso do peso.

"Menos de 1% dos casos de obesidade infantil e adolescente se devem a causas endógenas, genéticas, problemas hormonais. O problema mesmo é o hábito de vida", alerta. Por isso, os pais devem dar exemplo e manter alimentos saudáveis em casa. Para não cair em tentação com guloseimas vendidas na escola, a orientação da médica é preparar o lanche escolar em casa, com frutas e sanduíches naturais.

Força. Para mudar os hábitos, é preciso acompanhamento de especialistas e muita força de vontade. O estudante de direito Marcelo Starling Ferreira, 23, mostra que é possível lutar contra a obesidade. Com o quadro instaurado desde a infância, Ferreira busca "ficar bem fisicamente e saudável" pela terceira vez.

Desde março, ele perdeu cerca de 20 kg, o que serve de motivação para atingir a outra metade da meta. "Tirei um peso das costas da minha família também", diz, sobre a preocupação dos pais. Fazendo reeducação alimentar com uma nutricionista e exercícios físicos diários na academia, Ferreira está empenhado. "Se eu parar agora, vou desmerecer o esforço que já fiz", conta.

Epidemia
Brasil cria comitê de controle
Marcelo Starling pratica exercícios regularmente

O grande número de obesos no Brasil indica um quadro de epidemia. Para a endocrinologista Maria Edna de Melo, membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), esse cenário só irá mudar com a implementação de políticas de educação nutricional e a disponibilização de oportunidades para realização de atividade física.

Nesse contexto, o governo federal deve criar até agosto o Plano Intersetorial para a Prevenção e Controle da Obesidade.

Segundo a nutricionista Patrícia Gentil, coordenadora geral de Educação Alimentar e Nutricional do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, as ações de promoção à saúde do comitê serão destinadas a toda a população "com medidas específicas por fase do curso da vida".

Patrícia afirma que grande parte dos custos do Sistema Único de Saúde (SUS) está relacionada às morbidades crônicas (obesidade, diabetes, hipertensão e outros). "A obesidade está relacionada a questões econômicas, sociais e culturais, necessitando de mobilização e comprometimento dos vários setores de governo", aponta.

O comitê deverá ser instalado em outubro e contar com a participação dos ministérios do Desenvolvimento Social, da Saúde, da Educação, do Trabalho, das Cidades, dos Esportes e da Agricultura, entre outros.


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