Related Posts with Thumbnails

11 de abril de 2011

Droga aprovada nos EUA dá sobrevida a vítimas de melanoma

O Yervoy estimula o sistema de defesa do organismo a lutar contra a doença

Nova York, EUA. A primeira droga indicada para prolongar as vidas de pessoas com o câncer de pele melanoma foi aprovada pela Food and Drug Administration, entidade que regula a produção e o comércio de medicamentos nos Estados Unidos.

Conhecida comercialmente como Yervoy, a droga injetável ipilimumab foi desenvolvida pela Bristol-Myers Squibb e é um novo tipo de medicamento contra o câncer que funciona com o desencadeamento do sistema imunológico do corpo para lutar contra os tumores. "Essa é realmente a primeira vez, no campo do melanoma, que há uma droga que estendeu a sobrevida de forma significativa", disse o doutor Gerald P. Linette, professor da Universidade de Washington em St. Louis, que participou dos testes da droga.

Nesse experimento clínico aleatório - realizado em vários países, inclusive no Brasil -, os pacientes com melanoma metastático tratado com Yervoy viveram uma média de dez meses, comparado aos 6,4 meses dos pacientes de um grupo de controle, que receberam um tratamento que se acreditava ter pouco efeito.

O remédio, entretanto, sai a preços proibitivos para a maioria dos pacientes. A Bristol-Myers disse que ela cobraria US$120 mil por um curso completo do tratamento, que consiste de quatro infusões dadas em um período de três meses.

Esse preço poderia incentivar um debate contínuo sobre o custo das drogas contra o câncer que prolongam a sobrevida por poucos meses apenas.

Mais de 20% das pessoas que receberam Yervoy no experimento viveram pelo menos dois anos; e alguns deles viveram um pouco mais. Mas não há, no momento, uma maneira de prever quais pacientes irão se beneficiar da droga.

Um porta-voz da Bristol-Myers disse que algumas drogas para o melanoma custam tanto quanto a Yervoy, sem terem demonstrado sobrevida prolongada. Ele também disse que a empresa ofereceria um suporte financeiro para certos pacientes.

No ano passado houve cerca de 68 mil novos casos de melanoma nos Estados Unidos e 8.700 mil mortes, de acordo com a Sociedade Americana de Câncer. O número de casos tem aumentado, provavelmente por causa da exposição ao sol sem proteção adequada.

O melanoma detectado na fase inicial como uma pinta na pele pode ser removido cirurgicamente. Mas uma vez metastatizado, ou seja, espalhado, é muito difícil tratar e várias drogas fracassaram nos experimentos clínicos.

A última droga aprovada foi a Interleukin-2 em 1998, mas ela é tão tóxica que raramente é usada. Nem essa e nem a droga aprovada, Dacarbazine, demonstraram claramente uma melhoria de sobrevida dos pacientes.

Mas outro medicamento, que está sendo desenvolvida pela Roche e Plexxikon, recentemente também mostrou ser capaz de prolongar vidas de pacientes com melanoma metastático em um grande experimento clínico, de acordo com os laboratórios. Eles não forneceram detalhes dos resultados, mas disseram que esperam inscrever a droga para aprovação até o fim do ano.

As ações da Bristol-Myers subiram, em parte porque o preço da droga é mais alto do que muitos dos analistas esperavam e também porque a aprovação permite um uso mais amplo da droga do que o previsto.


0 comentários: