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21 de março de 2011

Terapia com animais ajuda pessoas com problema emocional

Apesar de aparente benefício, eficácia de tratamento é difícil de comprovar

NOVA YORK, EUA. Um número crescente de psicoterapeutas está usando animais de terapias para o tratamento especial de crianças com problemas emocionais, sociais e até físicos.

Nas últimas décadas, apareceram inúmeras histórias de animais ajudando a melhorar e até a salvar as vidas de crianças e adultos com vários tipos de doença e deficiência. Cães treinados estão sendo usados para ajudar a manter a segurança de crianças com autismo e para acalmar pessoas com doença de Parkinson quando elas tentam caminhar. E cães, gatos, coelhos e aves estão sendo levados a escolas e instituições, além de hospitais e casas de repouso, onde eles ajudam a acalmar, inspirar e entreter os pacientes.

A Associação Internacional de Organizações de Interação Humano-Animal insiste que seus membros limitem a utilizar na terapia apenas espécies domésticas treinadas para o serviço. E a Delta Society, que fornece programa de treinamento para animais, não certificará animais selvagens ou exóticos como cobra, furão, lagarto e híbrido de lobo.

Testes. Embora o campo da terapia assistida por animais tenha crescido muito nas últimas quatro décadas, especialistas reconhecem que não houve uma pesquisa bem projetada estabelecendo diretrizes para segurança e eficácia em várias situações. Para ajudar esse segmento a conseguir testes científicos, a empresa Mars, grande produtora de alimentos para animais, iniciou uma parceria de pesquisa com o Instituto Nacional de Saúde Infantil e Desenvolvimento Humano.

Um dos estudos avalia os efeitos terapêuticos da cavalgada em crianças e adolescentes como autismo. Essa prática é considerada segura e eficaz, além de ser menos invasiva do que os medicamentos usados para tratar sintomas como irritabilidade e hiperatividade.

Outra pesquisa inclui um estudo epidemiológico para documentar os efeitos de saúde sobre crianças e adolescentes vivendo com cães e com gatos.

E um terceiro estudo tenta determinar se animais de terapia podem ajudar crianças com distúrbio de comportamento por déficit de atenção a desenvolverem melhor autocontrole, autoestima e atitude social.

Dificuldades. Para o pesquisador James Griffin, é complicado realizar um estudo com um projeto científico válido usando animais, porque não é possível usar um placebo. "Não dá para ser um estudo ‘cego’. Você sempre vai saber se o paciente tem um cão de terapia", disse ele.

O psicoterapeuta Aubrey Fine, um dos pioneiros no tratamento com animais, enfatiza que há muitos desafios em se trabalhar com animais de terapia e em documentar sua eficácia. "Você não pode simplesmente trazer qualquer animal para um ambiente de terapia. O animal precisa ser muito bem treinado, confiável, obediente e ter o temperamento correto. Ele não pode ser extremamente ansioso ou facilmente irritável", explicou o psicoterapeuta.

Fine disse que o profissional tem que saber como usar o animal como uma ferramenta terapêutica, em combinação com boa psicoterapia. "O animal está lá para agir como um catalisador, não uma distração. As intervenções assistidas por animais têm que ser seguras para todos os envolvidos - tanto para o paciente quanto o animal", afirmou.



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