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22 de fevereiro de 2011

Caminhos de luz de Chico Xavier

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Roteiro contempla os locais onde ele primeiro exerceu sua mediunidade

Revisitar lugares onde Chico Xavier nasceu, viveu, trabalhou e psicografou os primeiros livros em Pedro Leopoldo. Essa é a proposta do roteiro Caminhos de Luz Chico Xavier, um passeio relativamente curto, que pode ser feito a pé ou de carro, e que passa por oito pontos fundamentais de trajetória de vida do médium na cidade até 1959, quando mudou-se para Uberaba.
Para fazer esse roteiro tive a companhia de Célia Diniz Rodrigues, secretária do Conselho Curador da Fundação Cultural Chico Xavier e vice-presidente do Centro Espírita Luiz Gonzaga. Ela é filha do falecido Manoel Diniz, conhecido como Lico, amigo dileto do médium.

Célia foi abençoada com uma carta consoladora psicografada pelo médium e ditada por Rangel Diniz Rodrigues, seu filho caçula que morreu com três anos, devido a uma queda de bicicleta. Essa história de perda e superação é uma das três contadas no filme "As Mães de Chico Xavier", que vai estrear no dia 1 de abril.

Emmanuel. O primeiro local do roteiro foi o açude do Capão que, no passado, encantava o médium pela beleza. Aos 21 anos, ele tinha o hábito de caminhar até a sua margem, sentava-se à sombra de uma árvore para rezar com duas senhoras amigas. Foi aí que aconteceu um fato que transformaria sua vida para sempre: o espírito do mentor Emmanuel aparece e conversa com ele pela primeira vez, em 1931.

Nessa área está sendo construído o Memorial Chico Xavier, obra que vai consumir investimentos de R$ 1,22 milhão por parte do Ministério do Turismo e R$ 1,27 milhão da Prefeitura de Pedro Leopoldo.

De lá fomos até a antiga praça da prefeitura, hoje praça Chico Xavier, que, em 2004, recebeu o busto do filho querido feito pelo mesmo escultor que confeccionou a escultura que se encontra em seu túmulo, em Uberaba.

A poucos metros está a casa onde o médium nasceu e fundou aos 17 anos, em 21 de junho de 1927, o Centro Espírita Luiz Gonzaga. "Chico queria uma casa que pudesse atender a todos os necessitados material e espiritualmente, sem distinção", comenta Célia.

No quarto em que Chico nasceu, funciona, na atual casa, a sala de passes. Os bancos e cadeiras de madeira e a mesa onde o médium psicografava estão preservados. Nessa casa, ele viveu até os 5 anos, quando a mãe morreu e ele foi viver com Rita de Cássia, a madrinha que o castigava.

Parcerias. Ao lado, Célia Diniz fundou, em abril do ano passado, o Memorial do "Luiz Gonzaga", que resgata a história do centro espírita e os primórdios da mediunidade de Chico em Pedro Leopoldo. O espaço foi construído com a ajuda da Federação Espírita Brasileira, e as pinturas de Napoleão Figueiredo têm curadoria de Oceano Vieira de Mello.

Trinta e duas pinturas a óleo mostram a sua trajetória junto à família e amigos, fotos, textos, cartas psicografadas pelo médium e alguns objetos pessoais como a Bíblia, os óculos e a tradicional boina.

No centro ainda há atendimento espírita, passes, distribuição de roupas para 150 famílias carentes cadastradas e 300 pratos de sopa. O espírito de Chico deve se orgulhar.


Acervo

A história humana contada através de imagens e relatos

Parte da vida de Chico Xavier pode ser conhecida em uma mostra permanente. Sérgio Bogado, médico e presidente da Unimed de Pedro Leopoldo, apostou na ideia de criar um acervo de fotos e alguns objetos do médium em um local por onde passam dezenas de pessoas. "Uma forma de inserção social", diz.

O espaço tem a curadoria do memorialista Geraldo Leão, 75, dono de um acervo impressionante sobre a cidade e, como não poderia deixar de ser, do médium. "Não sou espírita, sou católico, mas meu pai, José Albano da Costa, era motorista de táxi e sempre viajava com Chico. Eram amigos. Certa vez, tocou o meu rosto que doía muito devido a uma paralisia. A dor sumiu na hora e não tive sequelas. Ele me pediu para não interromper o tratamento médico. Era um fenômeno indiscutível", relembra Leão.

O memorialista comenta que "Chico era o máximo em psicografias. Escrevia livros sem qualquer instrução e com uma precisão histórica impressionante. Era abnegado. Gostava de vê-lo andando pelas ruas, largado, de paletó largo e chinelos".

Na fazenda Modelo, onde o médium trabalhou durante 30 anos como escriturário, foi criado um centro cultural. Foi aí que ele começou uma amizade com Lico, o mestre de obras e pai de Célia que, de 1947 a 1979, foi da diretoria da Casa Espírita Luiz Gonzaga.

Célia faz questão de mostrar as duas capelas esculpidas pelas mãos de Deus através de bambus azuis e dourados.

O casarão foi restaurado pela Federação Espírita Brasileira e Universidade Federal de Minas Gerais. Em duas salas, pinturas do médium, fotografias, a história contada através de imagens e registros.

Foi ali que Chico Xavier psicografou, após o expediente, o clássico "Paulo e Estevão".
Debaixo de um centenário flamboyant, Chico relatou existir durante da Segunda Guerra Mundial, um hospital de campanha do mundo espiritual com dezenas de soldados desencarnados em tratamento.

O médium, auxiliado pelo espírito de Emmanuel, cuidava zelosamente de todos e conversava com a enfermeira Narcisa retratada no livro "Nosso Lar".

A casa onde Chico Xavier morou os últimos 10 anos é hoje um centro de referência de sua obra.
Ela foi adaptada para expor o grande acervo literário do médium. Seu quarto e banheiro foram preservados.

fonte:Otempo

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