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10 de novembro de 2010

Escola "reprova" professora por vestir roupas insinuantes

Professora Alexandra
Alunos não estariam prestando atenção nas aulas; assunto é polêmica no corredor

As aulas na Escola Estadual José Gabriel de Oliveira, em Vespasiano, não são mais as mesmas desde junho deste ano, quando a chegada da nova professora de ciências provocou desconforto em alguns alunos, pais e professores. As roupas da docente - justas e decotadas - estariam causando constrangimento, principalmente, à direção da escola. Em reunião, na última segunda-feira, Alexandra Maria Aleixo, 38, foi orientada a mudar o estilo das roupas para frequentar a instituição. A professora acredita estar sendo discriminada por ter um corpo exuberante.

"As diretoras disseram que eu estava causando tumulto na escola e era para trocar minhas roupas. Falaram que os alunos estavam dizendo que meus seios e bunda são gostosos, que eu sou gostosona", contou Alexandra. Ainda conforme a professora, ela foi informada que a polêmica sobre suas vestimentas dominava os corredores do colégio. "Fui pega de surpresa. Nenhum aluno nunca mexeu comigo, não que eu tenha notado".

A diretora não foi localizada ontem. Sua vice, Márcia Ferreira Lopes, confirmou que Alexandra foi, de fato, convidada para uma conversa informal. "Tem que ter bom senso. Professor não pode vir dar aula com decote, senão desperta o interesse dos alunos. Não achei que fosse virar polêmica, pois ela disse que ia mudar", afirmou a vice-diretora.

Para a professora, o grande motivo da polêmica são seus atributos físicos. "Fui discriminada pelo meu corpo. Meu bumbum é grande, vou fazer o quê? Cortar? Vou ser punida por isso?", contesta. Além de lecionar ciências, a professora termina o curso de fisioterapia, dá aulas de dança do ventre e também faz trabalhos de estética.

Casado com Alexandra há 21 anos, Gervásio Gomes Júnior estranhou o fato de sua mulher passar a noite inteira de anteontem chorando. "Ela demorou a me contar o que houve. Se os alunos estão elogiando, quer dizer que ela é bonita. Fico satisfeito", afirmou. Para ele, o pedido da diretora não passa de perseguição.
Na porta da residência do casal, uma placa dos serviços de estética exibe Alexandra como garota-propaganda. Enquanto ela conversava com a reportagem, demonstrava preocupação em sair bem nas fotografias. Questionada se preferiria usar roupas decotadas ou dar aulas, a professora foi enfática: "Sou vaidosa e vou continuar usando minhas roupas. Não me visto diferente de ninguém".

Para alunos, não há problemas
Vários alunos disseram não ver problema algum na forma com que a professora de ciências se veste. Outros até afirmaram desconhecer a polêmica.
A reportagem conversou com estudantes de ambos os sexos, e a maioria se diz indiferente diante das roupas de Alexandra. "Ela é uma ótima professora e se veste do jeito que quiser", disse uma aluna.
"Ela gosta de decote mesmo e os alunos ficam de olho", discordou uma colega. Já os meninos se mostraram favoráveis à maneira com que a professora vai às aulas. (RRo)

Barrada na porta
Sete Lagoas. Em fevereiro deste ano, uma aluna do curso de educação para jovens e adultos (EJA) foi barrada na portaria de uma escola estadual em Sete Lagoas, na região metropolitana de BH, por usar um vestido curto.

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