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28 de outubro de 2010

Ter irmã deixa a pessoa feliz

Pesquisadora diz que mulheres e homens comunicam de forma diferente


NOVA YORK, EUA. "Ter uma Irmã Deixa Você mais Feliz". Essa afirmação foi feita no título de um artigo recente que descobriu que adolescentes com pelo menos uma irmã são menos prováveis de relatar sentimentos como "estou infeliz, triste ou deprimido" e "sinto que ninguém me ama". Outros estudos tiveram conclusões semelhantes. Mas, por que ter uma irmã deixaria as pessoas mais felizes?

A resposta usual - de que as meninas e as mulheres são mais prováveis de falar de emoções do que os meninos e os homens - é meio insatisfatória, especialmente para um pesquisador como eu. Grande parte do meu trabalho desenvolveu a premissa de que os estilos de amizade e conversa das mulheres não são inerentemente melhores do que os estilos dos homens. Eles são simplesmente diferentes.

Um homem me contou uma vez que havia passado um dia inteiro com um amigo que estava se divorciando. Quando ele voltou para casa, sua mulher perguntou-lhe como o amigo estava lidando com a situação. Ele respondeu: "Não conversamos sobre isso". A mulher o xingou. Ela disse que era óbvio que o amigo precisava conversar sobre o que estava acontecendo.

Isso o fez se sentir mal. Então, ele ficou aliviado em ler no meu livro "You Just Don’t Understand" (Você Simplesmente Não Entende) que fazer atividades junto a outra pessoa pode ser uma espécie de conforto, uma outra forma de mostrar carinho. Perguntar sobre o divórcio poderia ter deixado o amigo se sentindo pior por lembrá-lo do infortúnio e expressar preocupação poderia ter passado a ideia de condescendência.

O homem que me disse isso ficou confortado em saber que seus instintos não estavam errados e que ele não havia decepcionado seu amigo.

Pesquisas. Mas, se falar sobre problemas não é necessário para se consolar, então, ter irmãs não deveria tornar os homens mais felizes do que se tivessem apenas irmãos. Entretanto, o estudo recente - publicado por Laura Padilla-Walker e seus colegas da Universidade Brigham-Young - é sustentado por outras pesquisas.

No ano passado, por exemplo, os psicólogos britânicos Liz Wright e Tony Cassidy descobriram que jovens que cresceram com pelo menos uma irmã tendiam a ser mais felizes e otimistas, especialmente se seus pais eram divorciados. Outra pesquisadora britânica, Judy Dunn, descobriu um padrão semelhante entre adultos mais velhos.
Quantidade de conversas. Minha própria pesquisa recente sobre irmãs sugere uma dinâmica mais sutil. Entrevistei mais de cem mulheres sobre suas irmãs, mas, se elas também tinham irmãos, pedi-lhes para comparar. A maioria disse que conversavam com suas irmãs com mais frequência, por mais tempo e sobre temas mais pessoais. Na maioria das vezes, mas não sempre, isso significava que elas se sentiam mais próximas às suas irmãs.

Uma mulher, por exemplo, contou que conversa durante horas ao telefone com seus dois irmãos e, da mesma forma, com suas duas irmãs. Mas os assuntos são diferentes. Ela conversa com suas irmãs sobre suas vidas pessoais. Com seus irmão, ela discute história, geografia e livros. E ela disse que um irmão liga para ela às 5h para passar trote.

Trote? E isso é comunicação? Bem, sim - isso faz a mulher lembrar que seu irmão está pensando nela. E conversar durante horas cria e reforças as conexões tanto com irmãos quanto com irmãs, independentemente do que eles conversaram.

Biografia

Autora. Deborah Tannen é professora de linguística da Universidade Georgetown e autora de "Você Sempre Foi a Favorita da Mamãe! Irmãs em Conversas Durante suas Vidas". (Editora Random House)

fonte:Otempo

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