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23 de outubro de 2010

A hora é de garantir conquistas e consolidar avanços

O Brasil já deixou de "estar deitado eternamente em berço esplêndido". Nos últimos anos, particularmente sob a administração do presidente Lula, conheceu transformações inéditas. Elas derivaram de um projeto político que decidiu colocar a nação acima do mercado, que concede centralidade ao social-popular, integrando milhões de pessoas, antes condenadas à exclusão e a morrer antes do tempo. Apesar dos constrangimentos que teve que assumir da macroeconomia neoliberal, não se submeteu aos ditames do FMI, do Banco Mundial e de outras instâncias que comandam o curso da globalização econômica. Abriu um caminho próprio, tão sustentável que enfrentou com sucesso a crise econômico-financeira que dizimou as economias centrais e que está pondo em xeque a própria reprodução do sistema do capital.

Transformações ocorreram. As necessidades mais gerais de comer, morar, trabalhar, estudar e ter luz e saúde foram, em grande parte, realizadas. Rasgou-se um novo rumo que confere dignidade às grandes maiorias. Lula nunca traiu sua promessa de erradicar a fome e de colocar o acento no social. Sua ação foi tão impactante que foi considerado uma das grandes lideranças mundiais.

Esse legado não pode ser posto em risco. Apesar dos erros e desvios ocorridos durante seu governo, que importa reconhecer, corrigir e punir, as transformações devem ser consolidadas e completadas. Esse é o significado maior da candidata Dilma, portadora das qualidades necessárias para esse "fazimento" continuado do novo Brasil.

José Serra representa um projeto de Brasil que vem do passado, se reveste de belas palavras e de propostas ilusórias, mas fundamentalmente é neoliberal e não-popular e se propõe privatizar e debilitar o Estado para permitir a atuação livre do capital privado nacional, articulado com o mundial.

Os ideólogos do PSDB consideram irreversível o processo de globalização pela via do mercado, apesar desse estar em crise. Dizem: nele devemos nos inserir, mesmo que seja de forma subalterna. Caso contrário, seremos condenados à irrelevância histórica. Isso aparece claramente quando Serra aborda a política externa. Explicitamente, se alinha às potências centrais, imperialistas e militaristas que persistem no uso da violência para resolver os problemas mundiais, ridicularizando o intento do presidente Lula de fundar uma nova diplomacia baseada no diálogo e na negociação sincera na base do ganha-ganha.

O destino do Brasil, dentro dessa opção, está mais pendente das megaforças que controlam o mercado mundial do que das decisões políticas dos brasileiros. A autonomia do Brasil, com um projeto próprio de nação que pode ajudar a humanidade, atribulada por tantos riscos, a encontrar um novo rumo salvador, está totalmente ausente em seu discurso.

Esse projeto neoliberal realizou feitos importantes, especialmente na estabilização econômica. Mas fez políticas pobres para os pobres e ricas para os ricos. Contém os setores ligados ao agronegócio de exportação, às elites econômico-financeiras, modernas no estilo de vida, mas conservadoras no pensamento, aos representantes das multinacionais sediadas em nosso país e às forças políticas da modernização tecnológica sem transformações sociais.

Votar em Dilma é garantir as conquistas feitas em favor das grandes maiorias e consolidar um Estado cuja presidenta saberá cuidar do povo, pois é da essência do feminino cuidar e proteger a vida em todas as suas formas.

Escrito por:Leonarod Boff

fonte:Otempo

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