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18 de outubro de 2010

Futuras gerações têm mais riscos de contrair osteoporose

Massa óssea só é adquirida até os 30 anos, e crianças são foco para prevenção

Darci Matos tem osteoporose e sofreu uma fratura de fêmur
Apesar de a osteoporose ser uma doença que atinge em sua maioria pessoas idosas, a maior preocupação do Ministério da Saúde agora é com as crianças. Por causa dos maus hábitos alimentares e sedentarismo dessa nova geração, em um futuro próximo, o número de brasileiros com a doença tende a ser maior, segundo estimativas do governo federal.

"Estamos trabalhando no sentido de cada vez mais estimular um trabalho de pediatria preocupado com o futuro. Já é sabido que aquela criança trancada no apartamento, que não toma sol e que não se alimenta corretamente tem grandes chances de ter osteoporose na fase adulta", avalia a coordenadora da Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, Luiza Machado.

A representante do governo federal explica que é necessário se preocupar com a alimentação já na infância, momento em que começa-se a formar a massa óssea. "A prevenção deve começar no útero. Uma mãe bem alimentada vai ter filhos mais saudáveis. Depois, durante a infância, a criança precisa ser bem alimentada, amamentada e tomar sol. É daí que ela vai ter o cálcio que precisa para fortalecer os ossos", afirma.

De acordo com o médico geriatra e coordenador do programa de extensão Envelhecimento Saudável da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Flávio Chaimowicz, apenas até aos 30 anos as pessoas adquirem massa óssea. Após esse período, começam a perdê-la, o que ocorre com maior intensidade nas mulheres, principalmente quando entram na menopausa.

Para estar preparado para o momento de perda, são necessárias uma boa alimentação e a prática de exercícios físicos regulares. Para quem teve uma infância sedentária e quer correr atrás do prejuízo, Chaimowicz alerta: "Você consegue diminuir o prejuízo, mas não consegue ter a mesma formação óssea de uma pessoa que começou a se alimentar bem aos 10 anos. Mas é melhor começar tarde do que nunca".

Se tivesse seguido essa orientação, talvez a aposentada Darci Matos de Azevedo, 72, não estivesse sofrendo há dez anos com a doença. Há dois meses, ela está de cama porque quebrou o fêmur em decorrência da enfermidade. Para ela, o que faltou foi praticar mais exercícios físicos. "Eu sempre me alimentei bem. Não sou de comer pratos e pratos de legumes, mas sempre como alguma coisinha. Acho que eu precisava era ter feito mais exercício. O médico indicava e eu nunca fazia", lamenta.

A doutora em nutrição pela Universidade de São Paulo Patrícia de Souza Genaro acha que, de um modo geral, os brasileiros têm alimentações deficitárias. "As classes A e B ainda recebem mais informações nutricionais e acabam cuidando mais da alimentação. Mas dados recentes mostraram que 30% das nossas crianças estão obesas, o que prova pouco cuidado com os alimentos. Acho que, com o tempo, isso deve mudar", afirma.

Manifestações. Quarta-feira, dia 20, é o Dia Mundial de Combate à Osteoporose e, no dia 14 do próximo mês, a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia vai realizar uma caminhada em Brasília para alertar a população quanto aos riscos da doença.



fonte:Otempo

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