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29 de março de 2010

Tecnologia 3D tem que conquistar seu lugar dentro de casa

Em recente evento em Boston, a Panasonic fez uma demonstração de seu mais recente produto 3D: um televisor de plasma com tela de alta definição de 50 polegadas, que chegará ao mercado no mês que vem ao preço de US$ 2.499.

Em uma sala escura, coloquei o óculos de US$ 150 e assisti cenas de cascatas e caminhadas em imagens tridimensionais mais claras e nítidas do que qualquer coisa que eu tenha visto nos cinemas. Sem oferecer números específicos, a Panasonic afirmou que vendeu todo o estoque disponível de outros de seus modelos 3D em apenas uma semana, nos Estados Unidos.

Os anúncios da Panasonic e de outros grandes fabricantes como Mitsubisihi, Toshiba, Sony e Philips significam que os consumidores em breve poderão comprar muitos produtos 3D diferentes: televisores, aparelhos de Blu-ray, videogames e até mesmo câmeras. Um novo padrão Blu-ray para 3D também deve facilitar para as companhias a produção de conteúdo em 3D executável em todos os televisores 3D.

"Cerca de 8% dos televisores vendidos aos consumidores dos Estados Unidos este ano serão 3D, e no que vem essa proporção dobrará", disse Robert Perry, vice-presidente sênior da divisão Panasonic Consumer Electronics.

Já que os televisores de alta definição precisaram de oito anos para conquistar o mercado, Perry prevê que "precisaremos de quatro ou cinco anos para que metade dos televisores vendidos nos Estados Unidos tenham capacidade 3D. Mas depois disso a proporção vai subir muito rápido".

Os fabricantes esperam que a popularidade dos filmes 3D ajude a levar essa tecnologia aos lares. "Existe maior conscientização sobre o 3D", disse Jonas Tanenbaum, vice-presidente de marketing de televisores LCD e LED na Samsung, que este ano está oferecendo 15 modelos de televisores 3D, em versões LED, LCD e plasma, com preços de US$ 1.699 a US$ 5 mil. No entanto, alguns especialistas demonstram mais ceticismo quanto à adoção ampla.

A DisplaySearch, uma empresa de pesquisa, prevê que este ano 1,2 milhão de televisores 3D serão vendidos, e que no ano que vem o total chegará a quatro milhões, ante os 200 mil vendidos em 2009. Jennifer Colegrove, diretora de tecnologias de tela na DisplaySearch, disse que todos esses televisores - que podem também funcionar em modo 2D - serão usados primordialmente para assistir a programação em 2D.

"A maioria das pessoas que compra televisores 3D não usará o recurso", disse. Um dos obstáculos, segundo Colegrove, é que alguns televisores 3D não funcionam bem sob iluminação fluorescente ou de halogênio (a luz interfere com o emissor infravermelho que transmite sinais do televisor aos óculos 3D).

A incompatibilidade entre os diferentes televisores 3D também pode desestimular alguns consumidores do gasto envolvido em atualizar seu entretenimento doméstico. Nos cinemas, os espectadores usam óculos "passivos", polarizados, que transformam a imagem indistinta da tela em uma imagem 3D. Mas os home theaters em geral requerem o uso de óculos "ativos", acionados por baterias, que funcionam ao abrir e fechar rapidamente uma tela diante de cada olho (em geral de 60 a 120 vezes por segundo), acompanhando os quadros do filme que está sendo exibido.

Os óculos se mantêm sincronizados com o televisor por meio de um emissor e receptor infravermelho. O problema é que o ritmo da tela e os padrões de transmissão podem variar de aparelho a aparelho (embora a XpanD, uma empresa que produz óculos passivos para o cinema, alegue ter desenvolvido um modelo universal de óculos 3D). Outra questão é que muitos dos interessados em adotar o novo sistema provavelmente adquiriram televisores de telas planas novos recentemente, e podem se mostrar menos inclinados a repetir o investimento em curto prazo.

Mesmo que os consumidores adquiram os televisores 3D, não existe muito conteúdo disponível. Mas estações de TV como a DirecTV e a ESPN prometeram iniciar transmissões em 3D, e os primeiros filmes Blu-ray 3D começam a ser lançados. Televisores da Mitsubishi, Samsung e Toshiba podem converter conteúdo 2D em 3D, por meio de algoritmos que adivinham onde deve haver profundidade, mas os resultados tendem a ser menos vívidos que o do conteúdo filmado originalmente em 3D.

"Minha opinião é que essas tecnologias de conversão serão importantes, mas no momento ainda não têm muita qualidade", diz Colegrove.

Os videogames seriam uma das maiores fontes de conteúdo 3D, em um primeiro estágio. "Não resta dúvida de que os jogos em 3D seriam grande propulsor para a adoção desses produtos", diz Tanenbaum. Na demonstração da Panasonic, a Nvidia exibiu sua tecnologia para jogos 3D. A empresa converteu 400 videogames ao formato 3D. Embora a diferença do 3D não fosse tão marcada quanto em outras formas de conteúdo, ainda assim tornou um jogo de corrida de automóveis ainda mais envolvente.

Os fabricantes esperam que outros produtos 3D, como câmeras, encorajem os usuários a criar conteúdo 3D próprio. A DisplaySearch prevê que, pelo final de 2010, haverá 10 milhões de câmeras 3D no mercado, ante apenas 300 mil no começo do ano. "Acreditamos que o preço vá cair e a tecnologia melhorar", disse Colegrove.

Amar Aggoun, pesquisador de imagens 3D na Universidade Brunel, em Londres, está desenvolvendo um sistema 3D que não requererá óculos. "Para uso caseiro, a obrigação de que todos usem óculos pode tornar a prática menos conveniente do que no cinema", ele disse, acrescentando que "assistir a filmes com óculos 3D tende a causar dor de cabeça".

Houve algumas demonstrações da tecnologia 3D que dispensa óculos, mas Aggoun acredita que ela demore ainda três anos a chegar ao mercado.

fonte:The New York Times

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