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23 de fevereiro de 2010

A divinização de Jesus é uma antropomorfização de Deus

Acreditemos no Deus de Jesus, e não no Deus em Jesus!

Um dos maiores erros de interpretação da Bíblia é atribuir ao espírito do próprio Deus as comunicações de espíritos nela existentes e que podem ser bons ou atrasados (1 João 4,1). Não seriam alguns deles anjos maus? Todo espírito manifestado como Javé seria Ele mesmo? E, ainda, Javé seria o Deus Pai de Jesus e de todos nós? Deus jamais pode se arrepender de alguma coisa, como acontece com nós seres humanos, pois Ele é infalível. E Javé se arrependeu do que fez (Gêneses 6,6).

Todas as religiões tiveram origem em fenômenos espirituais ou mediúnicos, comuns também na mitologia, com seus pajés, oráculos, arcontes, profetisas, arautos, sibilas, profetas, profetisas, hierofontes, pitonisas, xamãs etc, modernamente chamados de médiuns, paranormais e canalizadores. Moisés entendia dessas coisas, pois foi educado em toda a ciência dos egípcios (Atos 7,22). Mas, na sua maioria, os judeus nada entendiam de mediunidade. Daí que, em Deuteronômio, 18, Moisés proíbe os judeus de praticarem a mediunidade. Mas, se ele proibiu essa comunicação mediúnica, é porque, de fato, ela existe. Ademais, não podemos afirmar que toda determinação de Moisés é de Deus. Mas até que essa sua proibição estava certa, pois, como vimos, era grande a ignorância do povo sobre a mediunidade, cujo estudo mais profundo equivale ao de uma faculdade. E, em outro momento, Moisés até elogia Heldade e Medade, que estavam recebendo espíritos e profetizando (Números 11,24 a 30).

A Bíblia tem erros. Aliás, se nem Jesus é infalível (Mateus 24,36), como os autores bíblicos o seriam? Os seus estudiosos, geralmente, evitam falar nisso, pois que tal procedimento prejudicaria suas atividades profissionais religiosas, tanto com seus fiéis como com seus superiores hierárquicos. E o "Zé Povinho", que é analfabeto de pai e mãe em Bíblia, pois muitos a conhecem como se fossem papagaios, é levado no bico, principalmente quando se trata de dízimo, vocábulo que, frequentemente, aparece com a expressão, hoje, desacreditada: "A Bíblia é a palavra de Deus", embora existam líderes religiosos sérios.

Para estudarmos a Bíblia, precisamos usar a inteligência e o bom senso. E temos que tirar nossas conclusões dela, tomando-a em conjunto. Um versículo isolado não pode servir de base para o entendimento de um determinado assunto. E a afirmação de que só os líderes religiosos podem interpretá-la só valeu para o passado, quando, com exceção deles, praticamente, todo mundo era analfabeto. E isso cheira vaidade, arrogância e egoísmo. É como se eles dissessem: nós somos inteligentes e sábios, já vocês leigos são burros e ignorantes! Foi assim que surgiram o dogma da divinização de Jesus no polêmico Concílio Ecumênico de Niceia (325) e outros posteriores.

Realmente, o contexto geral bíblico não aceita mais do que um único Deus, ou seja, aquele que Jesus denominou como sendo Pai dele e também de todos nós. "Um só Deus e Pai de Todos" (Efésios 4,6; e Mateus 23,9). Essa é a grande verdade da maioria dos autores hagiógrafos e do ensino do próprio Jesus, que só pode ser um Deus relativo do nosso sistema planetário, que não sabe tudo, quando, por exemplo, será o final dos tempos (Mateus 24,36). De fato, somente o Pai, o Deus onisciente e absoluto de todo o universo, sabe tudo.

Assim, acreditemos no Deus bíblico e único de Jesus, e não no Deus teológico personificado e antropomorfizado em Jesus!



Escrito por:José Reis Chaves

Teósofo e biblista - jreischaves@gmail.com

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