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17 de janeiro de 2010

Os "donos" do brasil


Eles eram os donos do Brasil e de outros países da América. Mas a conquista, realizada pelos europeus a partir do Descobrimento, os reduziu a quase nada. Civilizações avançadas ou arcaicas foram completamente apagadas e hoje grande parte de seus remanescentes vive praticamente na miséria.

A constatação está num primeiro relatório da ONU sobre os povos indígenas, divulgado no fim da semana passada. O documento diz que dos 370 milhões de índios existentes no planeta, 300 milhões estão em situação de extrema pobreza. Eles são 1/3 dos 900 milhões de miseráveis do mundo.

O risco de extinção existe, em consequência das más condições de vida ou de sua aculturação, absorvidos pela sociedade dominante. Em alguns países, a expectativa de vida dos indígenas chega a ser 20 anos menor que a média da população. Na América Latina, eles são até sete vezes mais pobres que os mais pobres.

A pobreza reduz as possibilidades de acesso à educação e à saúde. Em países latino-americanos, a mortalidade infantil é 70% superior nas comunidades indígenas. Não faz muito tempo, o Brasil se escandalizou com as mortes seguidas de crianças indígenas, vítimas de desnutrição, no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Dos 750 mil índios brasileiros, 38% vivem na miséria. No entanto, o Brasil vem se esforçando na sua proteção. Os avanços são perceptíveis. Conflitos ocorrem, mas têm sido enfrentados com a demarcação de terras. Embora insuficientes, políticas públicas procuram cumprir a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas.

Uma reação está começando a se processar. Prevê-se que a população indígena brasileira esteja crescendo. No Norte de Minas, um município é quase completamente governado por índios. Aos poucos, eles vão se integrando à sociedade, perdendo um tanto e guardando um pouco de sua identidade cultural.

Índios que antes eram ladrões e bêbados, hoje são cineastas e internautas.

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