
Com a tragédia no Haiti, ficou em segundo plano a crise que surgiu entre o presidente Lula e as autoridades militares graças ao terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos, criado por decreto presidencial no fim do ano passado.
Entretanto, a oposição garante que não vai deixar o assunto ser esquecido e pretende discutí-lo no Senado assim que forem retomadas as atividades legislativas, no mês que vem.
O líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM), avisou que serão convocados para dar explicações os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.
Os dois se colocaram em lados opostos e ameaçaram pedir demissão dos cargos por causa das propostas do programa que previam a revisão da Lei da Anistia e a criação de uma Comissão da Verdade para investigar os abusos cometidos pela repressão política durante a ditadura.
Outros setores também protestaram, como a Igreja Católica, que combate a legalização do aborto e da união homossexual, e entidades do setor agropecuário, que criticam a mudança nas regras de reintegração de posse de áreas invadidas.
Para resolver o impasse, o presidente recuou e tirou do texto os trechos que geraram mais polêmica.
Lula quer evitar que o problema atinja a candidatura de Dilma à Presidência. Mas os adversários do PT fazem questão de culpar a ministra.
À Casa Civil cabe a redação final dos atos que são assinados pelo presidente, por isso, a pré-candidata, segundo a oposição, deveria ter revisado o conteúdo do documento, que tem mais de 500 medidas diferentes.
O Palácio do Planalto se defendeu e informou que a responsabilidade era do ministro Vannuchi.
Para fugir às discussões, Dilma se dedica à pré-campanha. Sua prioridade é São Paulo, terra do governador tucano de São Paulo, José Serra, seu provável adversário nas eleições de outubro. A ministra pretende fortalecer a sua presença no Estado, que está sob o comando do PSDB desde 1996.
fonte:Otempo
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