
"Quando pensamos nas nossas metas e percebemos que elas não foram atingidas, costumamos achar que foi ontem que as estabelecemos, que o tempo passou depressa", disse Gal Zauberman, professor de marketing da Escola Wharton de Administração. "Entretanto, a sensação sobre o passar do tempo pode ser muito diferente, dependendo do que você está pensando e como você está pensando nisso".
Na verdade, os cientistas não têm certeza sobre como o cérebro registra a passagem do tempo. Uma teoria sustenta que o cérebro tem um grupo de células especializadas em contar os intervalos de tempo. Outra teoria diz que uma grande variedade de processos neurais agem como um relógio interno.
Estudos descobriram que, em ambas as formas, esse marca-passo biológico não compreende muito bem os intervalos longos. O tempo realmente parece passar mais lento durante uma tarde ociosa e mais rápido quando o cérebro está engajado em um trabalho desafiador. Estimulantes, incluindo a cafeína, tendem a fazer as pessoas se sentirem como se o tempo andasse mais depressa. Trabalhos complexos, como analisar impostos, às vezes parecem se arrastar por mais tempo do que a realidade.
Resumindo, alguns psicólogos dizem que as descobertas apoiam a observação do filósofo Martin Heidegger de que "o tempo persiste meramente como consequência dos eventos que acontecem durante ele".
Entretanto, pesquisadores descobriram que nossa noção de tempo depende da quantidade de eventos que associamos ao período. Quando lembramos de menos eventos no período, o cérebro tem a impressão de que se passou menos tempo.
Em um estudo publicado na revista "Ciência Psicológica", pesquisadores testaram a memória de universitários usando um número variado de notícias, incluindo a designação do chefe do Banco Central dos EUA (33 meses antes do estudo) e a decisão de Britney Spears de raspar a cabeça (20 meses). Em média, os universitários subestimaram o tempo decorrido em três meses, revelou o estudo.
Isso não foi totalmente uma surpresa. Em um experimento clássico, o explorador francês Michel Siffre viveu em uma caverna por dois meses privado dos ritmos da noite e do dia e sem poder consultar relógios. Ele saiu de lá convencido de que esteve isolado por apenas 25 dias. O cérebro, quando usa apenas seus próprios dispositivos, tende a condensar o tempo.
Noções de Tempo
- Até a época de Isaac Newton (1643-1727), os filósofos tinham a noção de tempo como uma dimensão da natureza, algo objetivo, pertencente ao Universo.
- Mais tarde, surgiram concepções que definiam o tempo em termos menos ligados ao mundo natural.
- Com as teorias formuladas após os trabalhos de Albert Einstein, acredita-se que o tempo não é objetivo, nem subjetivo.
- Para o historiador Edgar de Decca, o tempo é uma experiência social, vinda do desenvolvimento da linguagem.
- Segundo ele, o tempo é abstrato, de difícil percepção, e é sempre definido em função da comparação de uma coisa com outra.
fonte:Otempo
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