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23 de novembro de 2009

Como enfrentar os altos e baixos emocionais dos tratamentos de reprodução assistida

Casais que recebem o diagnóstico de infertilidade e procuram tratamento para engravidar, muitas vezes, não têm ideia da maratona emocional que os aguardam. Eles logo vislumbram a tão desejada criança em seus braços, porém a realidade de passar por uma técnica de reprodução assistida nem sempre é fácil. Nesses casos, uma opção é o tratamento psicológico especializado nessa área.

Para muitos casais, é preciso enfrentar várias tentativas até engravidar, o que põe abaixo o sonho de conseguir "de primeira". "Com o resultado negativo, o tamanho da frustração costuma ser de acordo com o da idealização, o que torna bastante dolorido esse processo", diz a psicóloga Luciana Leis, de São Paulo, especializada no atendimento a casais que enfrentam problemas de fertilidade. Segundo ela, muitos chegam a abandonar o tratamento ou têm dificuldades para reiniciá-lo, justamente por não desejarem passar por esse sofrimento novamente.

O tratamento psicológico oferece suporte para que o processo transcorra da melhor forma possível, sem as complicações inerentes ao quadro, como a troca de médico ou de técnica quando a tentativa de engravidar fracassa. "É necessário haver um responsável - ou um culpado - pelo fracasso, porque, para muitos, é difícil aceitar que tentar algumas vezes pode fazer parte do processo", afirma a psicóloga.

De acordo com ela, o suporte psicológico trabalha com as expectativas do casal e com o fortalecimento pessoal de cada um para que possam lidar com ansiedades e emoções decorrentes desse processo. "Em alguns casos, também é necessário lidar com fatores da vida conjugal e sexual, que costumam ficar abalados."

Homem x mulher

Em geral, a mulher tende a ficar mais ansiosa e a se responsabilizar pela gravidez, segundo Luciana. "Existe uma fantasia de controle sobre o tratamento, e ela costuma se culpar bastante quando a técnica não dá certo", observa. Além disso, tomar medicações e ter de ir para um centro cirúrgico para retirada dos óvulos pode ser visto como algo muito invasivo para se ter um filho.

Os homens também sofrem com esse processo, mas costumam ficar calados para dar apoio à mulher, que passa pela maioria dos procedimentos médicos. De acordo com a psicóloga, há homens que começam a desenvolver doenças psicossomáticas durante o tratamento (queda de cabelo, hipertensão, dores corporais) pela dificuldade de expor o que sentem.

Dicas

Se o casal que está passando por esse tipo de tratamento ou pretende iniciar, é bom ter em mente que superar dificuldades é um grande passo para realizar o sonho de ter um filho. Para ajudar, a psicóloga dá algumas dicas:

- Marido e mulher devem tentar, dentro do possível, comparecer juntos às consultas médicas.
- Procurar dividir sentimentos e percepções decorrentes do tratamento.
- Compreender que é uma tentativa e, portanto, pode dar errado - o que não significa que todas as outras terão o mesmo resultado. Às vezes, são necessárias várias tentativas até o resultado positivo, e isso pode fazer parte do processo.
- Não centralizar a vida em torno do tratamento. Realizar atividades paralelas que dão prazer, além de evitar o adiamento de projetos, pode ajudar a passar por essa fase de modo mais brando.
- Realizar pelo menos uma entrevista psicológica para verificar se há necessidade de acompanhamento psicológico.

fonte:Bol

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