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27 de janeiro de 2010

Política perversa

Apesar de ter prometido que baixaria o preço da gasolina assim que o preço do barril de petróleo, derrubado pela crise internacional, tivesse uma recuperação, não há certeza de que isso vá acontecer. A Petrobras vai aproveitar a recuperação para reforçar seu caixa tendo em vista a exploração do pré-sal.

O Brasil vai continuar a ter uma das gasolinas mais caras do mundo. Segundo uma pesquisa da Agência Nacional de Petróleo (ANP), o preço que os brasileiros pagam pelo litro do produto é superior em 80% ao que pagam os consumidores mais perdulários do mundo, os norte-americanos.

A média de preços do litro no Brasil, na semana passada, era de R$ 2,59. O valor é superior aos preços praticados no Chile (R$ 2,02) e Argentina (R$ 1,53), que produzem petróleo, e Paraguai (R$ 1,45), que não produz. Com mais uma diferença: nenhum desses países adiciona álcool à gasolina.

O preço da nossa gasolina só é igual ao do litro consumido no Japão, que não produz petróleo. Nossos preços só são menores do que os dos países da União Europeia, onde a gasolina mais cara é da Holanda, que custa R$ 3,81 o litro. Ali, 67% do valor corresponde a imposto, com o objetivo de conter o consumo.

No México, tradicional produtor de petróleo, o litro da gasolina custa R$ 1,10. Se o México pode praticar esse preço, por que o Brasil não pode? Porque o governo e a Petrobras não querem. Os preços, assim administrados aqui graças ao monopólio, são utilizados para capitalizar a empresa e arrecadar impostos.

Se somos autossuficientes, como enfatiza o governo, e temos as maiores reservas do mundo, por que não nos beneficiamos disso? Não, o governo impõe os preços que quer. Não tem concorrente. Se transfere para os consumidores algum ganho, o faz por interesse político. Não obstante, os preços impactam toda a economia.

A CPI da Petrobras não foi adiante. O governo não deixou. A opacidade permanece.

fonte:Otempo

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