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20 de julho de 2011

Terapia Gerson: cura natural?

Charlotte Gerson herdou a técnica do pai, o alemão Max Gerson
Clínica no México oferece tratamento concebido à base de alimentos orgânicos
O alemão Max Gerson (1881-1959) desenvolveu, no início de século XX, uma terapia que prometia tratar de praticamente todas as doenças, as quais tinham, segundo ele, duas causas básicas: a deficiência de nutrientes e o excesso de toxinas.

Desde então, a Terapia Gerson se alastrou pelo mundo, atraindo pessoas que não encontravam mais saídas para suas enfermidades dentro da medicina alopata.

Max Gerson foi atacado pelo National Cancer Institute (em inglês, NCI) e, em 1958, teve roubado o manuscrito do livro que estava escrevendo. Ao mesmo tempo, foi vítima de envenenamento quase fatal. Recuperado, reescreveu seu livro, mas foi novamente envenenado com arsênico em 1959, morrendo aos 78 anos.

O livro "Max Gerson MD, a Cancer Therapy: Results of 50 Cases", sem tradução no Brasil, foi posteriormente publicado por sua filha Charlotte. Proibida de criar um centro de tratamento nos EUA, ela fundou o Instituto Gerson em Tijuana, no México, em 1977.

No Brasil, há o livro "Curando o Incurável - Triunfo sobre o Câncer com a Terapia do Futuro", que traz o depoimento de Beata Bishop (editora Heresis), mas ainda não existem clínicas que seguem essa linha por aqui.

O documentarista Stephen Kroschel viajou pelo mundo investigando provas da eficácia ou não do método, entrevistando médicos, pacientes e nutricionistas na Espanha, na Holanda, no México, nos EUA e também no Japão, onde conversou com um médico que fez o tratamento depois de ter sido diagnosticado com câncer terminal havia 50 anos. O documentário "Terapia Gerson: Uma Alternativa contra o Câncer?" foi exibido pelo GNT e teve enorme repercussão.

Indignação. O neto de Gerson, Howard Straus, autor da biografia "Dr. Gerson Healing the Hopeless", disse, em entrevista a O TEMPO, que o avô "produziu muitos estudos, já que era um verdadeiro cientista, e não uma das prostitutas farmacêuticas que habitam o mundo médico atualmente". "Quando ele começou a escrever sobre câncer, porém, foi desprezado nos EUA, onde ninguém quis publicar, mas seu trabalho esteve em diversas revistas médicas da Europa", disse.

Straus ressalta que os detratores do seu avô tinham uma lógica circular e, por isso, se recusaram a publicar as pesquisas. "O problema não está com Gerson, mas com os críticos míopes e cínicos que não conseguem encontrar dezenas de artigos dele na literatura médica mundial", alfineta.

Segundo ele, nos anos 1950, Charlotte Gerson levou cinco prontuários de casos terminais ao Instituto Nacional do Câncer e os apresentou a um oficial importante. Ele os observou e disse: "Bem, você sabe. Esses médicos imigrantes gostam de vir e fazer algo espetacular por publicidade, como a cura para o câncer ou algo do tipo. Cinco casos realmente não são o bastante para se formar uma conclusão. Se Gerson nos submeter mais uns 25 casos, aí poderemos formar uma opinião".

Persistência. Com otimismo, Gerson fez um relato da recuperação de mais 25 casos com prognósticos "terminais" e o enviou para o NCI. Nove meses se passaram quando Gerson finalmente escreveu para eles e perguntou: "O que está acontecendo?" Eles responderam: "Bem, 25 casos realmente não são suficientes para se formar uma opinião. Precisamos de outros 125".

Gerson pode ver onde aquilo ia dar e se recusou. Desde então, o NCI vem dizendo que solicitou que Gerson angariasse evidências objetivas sobre a eficácia do seu tratamento, "mas que ele se recusou a fornecê-las".

Segundo Silvana Procopio, coordenadora do departamento de educação do Instituto Gerson, cerca de 85% de todos os procedimentos médicos em uso diário atualmente nos Estados Unidos nunca foram testados para uma avaliação de segurança ou de eficácia.

"Nenhuma das vacinas para H1N1 foram testadas por mais de dois meses, quando se sabe que alguns dos danos a longo prazo não se manifestam antes de vários anos", alerta ela.

Silvana diz que a FDA, agência que administra e regulamenta os alimentos e medicamentos nos Estados Unidos, "parece operar sob o princípio de que medicamento bom é aquele que gera dinheiro".



Conceito
A dieta da cura privilegia os alimentos orgânicos

"Deixe o alimento ser sua medicina e a medicina ser seu alimento". Essa é a filosofia da Terapia Gerson. Os dois aspectos mais importantes para a cura são a pureza e o viço. Todos os alimentos ingeridos devem ser frescos, orgânicos ou biológicos, cultivados e consumidos em sua forma mais natural.

Segundo a coordenadora do departamento de educação do Instituto Gerson, Silvana Procopio, a dieta Gerson é naturalmente rica em vitaminas, minerais, enzimas e líquidos.

"É extremamente baixa em sódio e gorduras. Tipicamente, um paciente Gerson tem a seguinte dieta diária: 13 copos de sumo de cenoura, cenoura com maçã e de vegetais de folhas verdes, preparados, de hora a hora, a partir de produtos biológicos e frescos, além de três refeições totalmente vegetarianas preparadas com vegetais, cereais integrais e frutas", ensina Silvana.

Uma refeição típica inclui uma salada variada, vegetais cozidos, batata assada, sopa e sumo, tudo sem sal, e frutas frescas.



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