Related Posts with Thumbnails

21 de junho de 2011

Jato hipersônico irá do Rio a Paris em menos de 3 horas

Controladora da Airbus pretende fazer primeiro teste de voo em 2020

PARIS, FRANÇA. Quem não gostaria de ir do Rio de Janeiro a Paris em duas horas em meia? Pois o grupo aeronáutico europeu Eads apresentou um projeto para aviões-foguete que farão o trajeto nesse prazo e sem poluir, já que os voos serão na estratosfera.

O ZEHST (sigla em inglês para Transporte de Alta Velocidade de Zero Emissão) foi anunciado no Salão Aeronáutico de Le Bourget (França) e seria um avião hipersônico, mais rápido ainda que o supersônico Concorde, mas com zero emissão de CO2.

"O avião do futuro é pensado como o ZEHST", afirmou o diretor geral de Tecnologia e Inovação do Eads, Jean Botti.

O ZEHST tem todos os ingredientes de uma grande obra de ficção científica: os motores funcionarão com biocombustíveis à base de algas e, uma vez em altitude, a aeronave terá motores parecidos com os de foguetes, que já não funcionarão com biocombustíveis, mas com hidrogênio e oxigênio, por serem fontes "limpas e emitirem apenas vapor de água", explicou Botti. Velocidade máxima: 6.000 km/h.

Esse avião deverá voar até os 32 km de altitude, enquanto uma aeronave tradicional não supera os 10 mil metros. Os assentos dos passageiros vão se movimentar para que não haja a impressão de estar numa montanha-russa. A vantagem do ZEHST é que "não polui". "Você estará na estratosfera, a contaminação será nula", reforçou Botti. Voando acima da atmosfera e usando biocombustíveis, o grupo espera evitar o barulho e a poluição.

Para o pouso, o piloto desligará os motores e fará o planejamento antes de começar a descida e pôr os motores clássicos para funcionar. Para Botti, "a solução (ecológica) está no limite do espaço. Não é um avião, não é um foguete, é um avião-foguete comercial".

O ZESHT deverá ter capacidade para transportar de 50 a 100 pessoas e por enquanto não é mais do que um esboço, mas a Eads já tem um cronograma: uma primeira versão de demonstração deverá estar pronta em 2020 e entrará em serviço em 2050.

Para um porta-voz do Eads - grupo que controla a gigante construtora de aviões Airbus -, esse projeto tem boas garantias de se concretizar, porque as tecnologias necessárias já estão desenvolvidas. Os motores de foguete já existem: a Astrium, filial espacial do Eads, já está os projetando para o turismo espacial. Os combustíveis à base de algas também já estão preparados, segundo o porta-voz.


Construção
Evolução será gradual, diz diretor

Paris. O projeto ZEHST foi criado em colaboração com o Japão e com a Direção Geral da Aviação Civil francesa. O diretor do grupo Eads, Jean Botti reconheceu, no entanto, que a tecnologia para construção da aeronave deve avançar passo a passo: primeiro pensar em aviões comerciais com base nos sistemas ecologicamente viáveis para 20 ou 25 pessoas, para depois passar progressivamente para aeronaves que levem cem pessoas.

"Temos que ver segurança, integração de tecnologias, como será a reação humana ao avião", disse o chefe da Eads, Louis Gallois.


0 comentários: