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17 de junho de 2011

Infidelidade online é simples de praticar e fácil de descobrir

Romance. O flerte e as fotos provocantes online são recursos cada vez mais usados por adultos em seus relacionamentos afetivos


NOVA YORK, EUA. Com a popularização da internet e dos amigos do Facebook, seguidores do Twitter e videochats do Skype, é muito mais fácil flertar com estranhos e realizar fantasias sexuais sem (tecnicamente) quebrar o voto do matrimônio. Os namoricos digitais entraram em voga.

E nem os políticos ficam de fora. É o caso, por exemplo, do deputado norte-americano Anthony Weiner que, casado, renunciou ao mandado ontem após admitir que enviou fotografias "sensuais" próprias para várias "seguidoras" suas no Twitter.

Fato é que o flerte e as fotos provocantes online que o colocaram em uma situação problemática estão se popularizando entre os adultos, dizem especialistas. O sexting, por exemplo, que é o envio de mensagens com conteúdo sugestivo sexual, geralmente é considerado um passatempo adolescente.

Mas, segundo o relatório Projeto Vida Norte-Americana e Internet, do Centro de Pesquisa Pew, baseado em entrevistas com 2.252 adultos, o sexting é bem mais comum entre pessoas de 18 a 29 anos. Quase um terço desse grupo disse que já recebeu fotos nuas ou sensuais de alguém que eles conhecem, e 13% contaram que já mandaram alguma mensagem desse tipo. Até mesmo entre pessoas de 30 a 49 anos, 17% disseram que já receberam esse tipo de foto e 5% admitem já terem enviado.

Pesquisa semelhante da mesma agência constatou que 15% dos adolescentes com telefone celular já receberam e 4% já enviaram sexting. "Devido à alquimia entre sexo e luxúria e amor e tecnologia não é de se admirar que os números estejam onde estão. No geral, quem conhece jovens solteiros conhece alguém que faz isso", disse Amanda Lenhart, pesquisadora do Centro Pew.

Culpa. Nancy Baym, professora de comunicação da Universidade do Kansas e autora do livro "Personal Connections in the Digital Age" (Conexões Pessoais na Era Digital), concorda. "Acho que tendemos a culpar os adolescentes por comportamentos pelos quais nós mesmos somos bem culpados", disse ela. "Os adultos certamente são capazes de fazer coisas realmente estúpidas online".

Os dados refletem as novas regras do romance digital, nas quais os textos galanteadores trocaram de lugar com as chamadas telefônicas, e as redes sociais substituíram os encontros de antigos formandos como uma forma de se reconectar com a velha amizade.

"Usamos novas tecnologias nos relacionamentos românticos o tempo todo", disse Nancy. "Quando duas pessoas se encontram e estão interessadas em desenvolver o relacionamento, elas recorrem às mensagens de texto como uma forma realmente rápida de avançar o relacionamento de forma segura", completa.


Flagrante
 Traição feita na internet quase sempre deixa rastros

NOVA YORK. Terapeutas de várias áreas debatem se a internet e seus vários recursos passaram a possibilitar uma incidência maior de infidelidade  afinal, homens e mulheres traem seus parceiros desde quando existem homens e mulheres. Além disso, pequenas mudanças nos índices de infidelidade entre jovens de ambos os sexos e mulheres sugerem que a mídia digital pode estar influenciando.

Os terapeutas relatam que o contato eletrônico via Facebook, programa de mensagens instantâneas, e-mail e mensagens de texto proporcionaram especialmente que as mulheres formassem relacionamentos mais íntimos. "Não há dúvidas de que a internet aumentou a disponibilidade dos parceiros românticos alternativos, seja apenas através de um flerte, um reencontro com antigos amores ou um relacionamento sexual via texto", explica a professora Nancy Baym. "A internet expande dramaticamente a quantidade de pessoas que podemos conhecer".

Pistas. Mas, apesar de a comunicação online poder facilitar o bate-papo, ela também deixa um rastro digital que aumenta a probabilidade de você ser pego.

"Não acho que a internet esteja aumentando as transgressões, mas ela está deixando um rastro que é bastante acessível", disse Lois Braveman, presidente do Instituto Ackerman para a Família.

"No século XIX, havia as cartas; nos anos 1960 e 70, poderia haver fotos feita por detetives particulares ou recibos de cartão de crédito. A diferença é que, naquela época, uma transgressão extraconjugal poderia ser descoberta, mas não se transformava em algo viral", completa o terapeuta.


Pornografia
Vasta oferta mudou atitudes

NOVA YORK. A disponibilidade vasta de pornografia na internet levou a uma mudança insidiosa nas atitudes sobre o sexo. Um estudo descobriu que mais de um terço dos norte-americanos visita sites de pornografia pelo menos uma vez ao mês, segundo um relatório de 2009 publicado na "Revista de Perspectivas Econômicas".

Esse estudo analisou inscrições em um grande provedor de entretenimento adulto, descobrindo uma distribuição relativamente nivelada em todos os Estados Unidos. "Tudo indica que isso seja bem comum", relatou Benjamin Eldeman professor de Harvard e autor do estudo. "Em todo lugar para onde se olha, tem gente se inscrevendo em sites de entretenimento adulto. Isso está presente em toda região".

Domínio. Tom Hymes, editor da Rede de Mídia AVN, publicação comercial que acompanha a indústria do entretenimento adulto, afirmou que o comportamento sexual online é predominante há vários anos. "Minha perspectiva é de que muita gente se comporta dentro de certas normas online, já que vemos isso acontecer regularmente", explicou.

Erick Janssen, cientista do Instituto Kinsey, disse que os dados realmente mostram uma mudança de comportamento. Mas ele ressalta que são necessários mais estudos para se descobrir como a internet e a mídia digital estão moldando os relacionamentos adultos atuais.


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