Celebridade. A cantora norte-americana Beyoncé exultou sua sensualidade com versos como "você me observa maravilhado"
Análise de 30 anos do pop dos EUA diz que jovens ficaram mais exibidos
"Atualmente, os adolescentes e universitários mais jovens gostam mais de si próprios do que acontecia antigamente", disse Nathan DeWall, que lidera o grupo de psicólogos. O estudo analisou letras de canções de 1980 a 2007 e controlou o gênero musical para evitar que os resultados fossem distorcidos, por exemplo, pelo crescimento da popularidade de ritmos como rap e hip hop a partir dos anos 1990.

Transformação. O novo estudo sobre letras de músicas certamente não encerrará o debate, mas ele oferece mais uma forma de avaliar o egocentrismo: a lista Billboard das cem músicas mais ouvidas. Os pesquisadores descobriram que canções de sucesso nos anos 1980 eram mais prováveis de enfatizar uma reunião feliz, como a harmonia racial buscada por Paul McCartney e Stevie Wonder em "Ebony and Ivory" (Ébano e Marfim) e a exuberância de um grupo promovida por Kool & the Gang: "Let’s all Celebrate and Have a Good Time" (Vamos Todos Celebrar e Nos Divertir). Diana Ross e Lionel Richie cantaram "two hearts that beat as one" (dois corações que batem com um só), e a canção "(Just Like) Starting Over" ([COMO SE]Começássemos de Novo), de John Lennon, enfatizou a preciosidade da "nossa vida juntos".

Juventude egocêntrica. Dois dos coautores de DeWall, Keith Campbell e Jean Twenge, publicaram um livro em 2009 intitulado "The Narcissism Epidemic" (A Epidemia de Narcisismo). A obra argumenta que o narcisismo é cada vez mais prevalecente entre os jovens - e possivelmente entre as pessoas de meia idade também, embora seja difícil alguém detectar isso, pois a maior parte dos dados disponíveis vem de universitários.
Por várias décadas, estudantes preencheram questionários chamados de Inventário de Personalidade Narcisista, nos quais eles tinham que escolher entre duas afirmações como "Eu tento não ser um exibido" e "Eu sempre vou me exibir se eu tiver a chance". O nível de narcisismo medido por esses questionário aumentou desde o início dos anos 1980, segundo uma análise de dados realizada por Campbell e Jean.
Essa tendência foi questionada por outros pesquisadores que publicaram dados novos de outros estudantes. Mas, na última rodada do debate, os dados dos críticos foram reanalisados por Jean, que afirmou que, na verdade, estes sustentam o argumento.
Música de hoje fala menos de amor e mais de ódio e morte
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O cantor inglês John Lennon destaca a união e a vida a dois |
Durante esse período, também houve constatação de níveis mais altos de solidão e depressão o que pode não ser coincidência, segundo os autores do estudo sobre letras de músicas. Os pesquisadores, incluindo Richard Pond da Universidade de Kentucky, nos Estados Unidos, destacam que o narcisismo no estudo tem ligação com um aumento do sentimento de raiva e problemas para se manter um relacionamento.
A análise mostra uma queda no uso de palavras ligadas a conexões sociais e emoções positivas (como "amor" ou "querido") e um aumento em palavras relacionadas a raiva e comportamento antissocial (como "ódio" ou "matar"). "Nas letras do início dos anos 1980, o amor era fácil e positivo e acerca de duas pessoas", disse Jean, que é psicóloga na Universidade Estadual de San Diego. "Já as músicas recentes são sobre o que o indivíduo quer e sobre como ele ou ela está desapontado ou ofendido".
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