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28 de abril de 2011

Países "felizes" têm as maiores taxas de suicídio, diz pesquisa

Londres, Reino Unido. Países em que as pessoas se sentem mais felizes tendem a apresentar índices mais altos de suicídio, segundo pesquisadores britânicos e norte-americanos.

Os especialistas sugerem que a explicação estaria na tendência dos seres humanos de se compararem uns aos outros. Ou seja, sentir-se infeliz em um ambiente onde a maioria das pessoas se sente feliz aumenta a sensação de infelicidade e a probabilidade de que a pessoa recorra ao suicídio.

O estudo foi feito por especialistas da University of Warwick, na Grã-Bretanha, Hamilton College, em Nova York, e do Federal Reserve Bank, em San Francisco. Ele se baseia em dados internacionais e em informações coletadas nos Estados Unidos. Neste país, os pesquisadores compararam dados obtidos a partir de depoimentos de 1,3 milhão de norte-americanos selecionados de forma aleatória com depoimentos sobre suicídio obtidos a partir de outra amostra, também aleatória, com um milhão de pessoas.

Os resultados foram desconcertantes: muitos países com altos índices de felicidade - como Canadá, EUA, Irlanda e Suíça - têm altas taxas de suicídio.

Variações culturais e na forma como as sociedades registram casos de suicídio dificultam a comparação de dados entre países diferentes. Levando isso em conta, os cientistas optaram por comparar dados dentro de uma região geográfica: os Estados Unidos.

Do ponto de vista científico, a vantagem de se comparar felicidade e índices de suicídio entre os diferentes Estados norte-americanos é que fatores como formação cultural, instituições nacionais, linguagem e religião são relativamente semelhantes dentro de um único país. E, embora haja diferenças entre os Estados, a população norte-americana é mais homogênea do que amostras de nações diferentes.

Para tornar mais justas e homogêneas as comparações entre os Estados, os pesquisadores levaram em consideração fatores como idade, sexo, raça, nível educacional, renda, estado civil e situação profissional.

Os resultados observados nas comparações mais amplas entre os países se repetiram nas comparações entre diferentes regiões dos EUA. Estados onde a população se declarou mais satisfeita com a vida apresentaram maior tendência a registrar índices mais altos de suicídio do que aqueles com médias menores de satisfação com a vida.


Descontentes em lugar alegre se sentem maltratadas pela vida


Londres. Uma das conclusões do estudo é que pessoas descontentes em um lugar feliz podem sentir-se particularmente maltratadas pela vida.

"Esses contrastes sombrios podem aumentar o risco de suicídio", disse Andrew Oswald, da University of Warwick, um dos responsáveis pela pesquisa. "Se seres humanos sofrem mudanças de humor, os períodos de depressão podem ser mais toleráveis em um ambiente no qual outros humanos estão infelizes".

Outro autor do estudo, Stephen Wu, do Hamilton College, acrescentou: "Esse resultado é consistente com outras pesquisas que mostram que as pessoas julgam seu bem-estar em comparação com outras à sua volta. Esse mesmo efeito foi demonstrado em relação a renda, desemprego, crime e obesidade".

O fenômeno já havia sido observado anteriormente, mas em estudos feitos de forma isolada, como, por exemplo, na Dinamarca.



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