Terapia é indicada para mulheres que retiraram o útero, diz estudo dos EUA
Nova York, EUA. Em uma descoberta que desafia a ciência convencional sobre os riscos de alguns hormônios usados na menopausa, um importante estudo do governo norte-americano verificou que, anos após terapia que usava só o estrogênio, certas mulheres tiveram uma notável redução dos riscos de câncer de mama e de ataque cardíaco.
A pesquisa provavelmente irá surpreender as mulheres e seus médicos, que por anos ouviram notícias assustadoras sobre o risco da terapia de reposição hormonal. Mas a maioria desses medos estava relacionada ao uso combinado de dois hormônios, estrogênio e progestógeno, que são prescritos para aliviarem as ondas de calor e outros sintomas da menopausa, e que têm mostrado aumentar o risco de câncer de mama.
A nova descoberta vem das 10.739 mulheres estudadas pelo programa norte-americano Iniciativa da Saúde da Mulher que tinham feito anteriormente uma histerectomia, a remoção cirúrgica do útero. Nos Estados Unidos, cerca de um terço das mulheres na faixa etária dos 50 anos fizeram histerectomia.
Enquanto a maioria das mulheres do estudo estava fazendo o tratamento com uma combinação de hormônios, as mulheres sem útero tomaram só o estrogênio ou um placebo por cerca de seis anos e foram monitoradas por aproximadamente 11 anos. O grupo que tomou só estrogênio não recebeu progestógeno, que é prescrito somente para proteger o útero dos efeitos nocivos do estrogênio. Embora todas as mulheres do estudo do estrogênio tenham parado o tratamento em 2004, os investigadores continuaram a monitorar a saúde delas, como é típico em grandes experimentos.
A nova descoberta mais surpreendente está relacionada ao câncer de mama. As mulheres com histerectomias que usaram somente o estrogênio tiveram um risco de câncer de mama 23% mais baixo se comparadas com aquelas que tomaram só o placebo.
O contraste com o maior risco de câncer de mama mostrado na parte estrogênio-progestógeno do experimento é gigantesco. "A redução do risco de câncer de mama nesse grupo é algo que não esperávamos quando começamos o experimento de terapia hormonal", disse Andrea LaCroix, autora do estudo e professora de epidemiologia do Hutchinson Cancer Research Center em Seattle. "Esse estudo diferencia o estrogênio sozinho da combinação estrogênio-progestogeno de forma bem ampla. Eu espero que isso fique claro para as mulheres porque nós não estamos nos revogando", disse.
Indicação. De fato, os investigadores enfatizaram que os resultados não mudam as recomendações no que diz respeito à terapia de combinação de hormônios para os dois terços de mulheres na menopausa que ainda têm o útero. Os dados do programa dos EUA têm mostrado consistentemente que a combinação de estrogênio-progestógeno aumenta o risco de câncer de mama e que o tratamento deveria ser usado somente para aliviar sintomas graves da menopausa e pelo menor tempo possível.
Mas os dados são tranquilizadores para milhões de mulheres de meia idade sem útero que tomam estrogênio para aliviar as ondas de calor e outros sintomas da menopausa.
Alimentação
Confira algumas dicas de alimentos funcionais - que previnem doenças.
1. Faça uma dieta rica em alimentos crus.
2. Consuma grãos integrais, sementes de gergelim e de girassol, amêndoas, vegetais e frutas frescas, alho, feijão e massas integrais.
3. Coma alimentos à base de soja.
4. Evite produtos ricos em derivados do leite, açúcar, alimentos gordurosos, carne vermelha, café, chá, álcool e nicotina.
Prevenção
Surge nova linha de pesquisa
Nova York. Ninguém sabe por que o tratamento só com estrogênio baixou o risco de câncer de mama no estudo, mas uma explicação pode ser o fato de que nas mulheres na menopausa - com baixos níveis de hormônio natural -, os efeitos da droga provocam a morte celular nos tumores existentes. Ninguém está sugerindo que as mulheres comecem a usar estrogênio para prevenir câncer de mama, mas a descoberta abre um novo caminho de pesquisa na prevenção da doença.
Na análise final do experimento só com estrogênio, o uso do hormônio não foi associado a riscos significativos ou benefícios relativos a coágulos sanguíneos, derrame, fratura no quadril, câncer de cólon ou taxas gerais de mortalidade.
Mas houve diferenças surpreendentes de riscos e benefícios do uso do estrogênio sobre o risco cardíaco ao comparar as mulheres mais jovens com as mulheres mais velhas no estudo. As mulheres que estavam na faixa dos 50 anos quando começaram a usar o estrogênio também tiveram riscos cardíacos significantemente menores, incluindo quase 50% menos ataques cardíacos, comparados com aquelas que fizeram parte do grupo do placebo. Já entre as mulheres nas faixas dos 70 anos, os riscos do uso de estrogênio foram consideráveis, com aumento no número de ataques cardíacos e casos adversos.
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