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6 de abril de 2011

Cientistas identificam gene ligado ao consumo de álcool

Uso exagerado da bebida mata 2,5 milhões em todo o mundo por ano

Londres, Reino Unido. Cientistas britânicos identificaram um gene que parece ter papel na regulação de quanto álcool uma pessoa bebe. Eles dizem que a descoberta poderia ajudar na busca por tratamentos mais eficazes contra o alcoolismo e as bebedeiras.

Em um estudo com mais de 47 mil voluntários, uma equipe internacional de cientistas descobriu que pessoas que possuem uma rara variante de gene chamado de AUTS2 bebem em média 5 por cento menos álcool do que as com a variante mais comum.

O gene AUTS2, também conhecido como "candidato 2 de suscetibilidade ao autismo", havia sido previamente relacionado ao autismo e à desordem de hiperatividade do déficit de atenção (ADHD), mas sua função real não está clara, disseram os pesquisadores.

"Claro que há uma porção de fatores que afetam o quanto de álcool uma pessoa bebe, mas nós sabemos que os genes desempenham um papel importante", disse Paul Elliott, do Imperial College de Londres, que integrou a equipe do estudo. "A alteração produzida por esse gene em particular é pequena, mas, ao encontrá-la, abrimos uma nova era de pesquisa", explicou.

Estatísticas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o uso prejudicial do álcool resulta em 2,5 milhões de mortes por ano em todo o mundo. Esse é o terceiro maior fator de risco no mundo para doenças como desordens neuropsiquiátricas, como é o caso do alcoolismo e epilepsia, bem como doença cardiovascular, cirrose do fígado e várias formas de câncer.

Gunter Schumann, do Instituto de Psiquiatria do King's College, de Londres, disse que a combinação de estudos genéticos e dados comportamentais deve ajudar os cientistas a compreender melhor as bases biológicas dos motivos pelos quais as pessoas bebem, algumas delas em excesso.

"Esse é um primeiro passo importante em direção ao desenvolvimento da prevenção e tratamentos de abuso e dependência de álcool", disse ele.

Dois grupos foram comparados

Londres. No estudo britânico, que foi publicado na última edição da revista da "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS, na sigla em inglês), a equipe do Imperial College de Londres analisou amostras de DNA de 26 mil voluntários em busca de genes que parecem afetar o consumo de álcool e depois checou suas descobertas em outras 21 mil pessoas.

Em uma parte da pesquisa, depois de identificar o gene alterado AUTS2, os cientistas analisaram o quanto o gene era ativo em amostras de tecidos do cérebro. Os pesquisadores descobriram, então, que as pessoas com a variante do gene relacionada ao menor consumo de álcool tinham uma atividade maior no gene.

Flash
Avanço. Até então o único gene conhecido com contribuição significativa é um que decodifica a enzima que quebra as moléculas do álcool no fígado.
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