Quando solteiro encontra várias opções de companhia, tende a não escolher ninguém
LONDRES, REINO UNIDO. Pesquisadores britânicos fizeram uma importante descoberta: quanto mais opções uma pessoa tiver para escolher um parceiro amoroso, maior a probabilidade de ela ficar sozinha.
Em um novo estudo, divulgado anteontem, cientistas britânicos e escoceses olharam a estranha dinâmica das escolhas nos chamados "speed dating", "rodízio de encontros" que promovem a formação de casais de forma rápida, famosos nos Estados Unidos, na Europa e também no Brasil. Nesse tipo de evento, solteiros encontram diversos outros solteiros, julgando cada pessoa após uma rápida conversa de cinco minutos, que termina quando toca uma campainha.
Segundo os pesquisadores, ter acesso a um alto número de candidatos não é um problema em si, já que, de fato, muitos "speed daters" encontraram mais parceiros potenciais quando acessaram mais opções. Mas essa vantagem só funcionou quando os candidatos eram similares entre si.Quando os candidatos eram muito diferentes, os participantes do "rodízio de encontros" ficavam confusos por muitos fatores de conflito - e geralmente não conseguiam fazer uma escolha.
"A racionalidade humana acredita que a variedade é uma coisa positiva", explica o pesquisador Alison Lenton, da Universidade de Edimburgo, na Escócia, envolvido no estudo. "O que pode ser surpreendente para algumas pessoas é que nossos resultados sugerem que uma alta oferta de opções leva à confusão. As pessoas ficam mais propensas a não escolher ninguém quando encontram muita variedade", acrescenta Lenton.
Metodologia. O estudo, publicado no jornal britânico "Biology Letters", avaliou 1.868 mulheres e 1.870 homens em 84 eventos de "speed dating" que realizaram encontros de três minutos entre 15 e 31 solteiros do sexo oposto. Os participantes informaram detalhes que permitiram aos pesquisadores traçar algumas diferenças relevantes entre eles.
Grandes eventos de "speed dating" geravam uma média 123 propostas de encontros posteriores ou demonstrações de interesse quando os pretendentes eram semelhantes entre si, mas o número caía para 88 quando os pretendentes eram muito diferentes. Pequenos eventos de encontros rápidos levaram a 85 propostas quando os candidatos eram semelhantes, mas o índice caía para 57 propostas quando os candidatos eram variados.
A pesquisa concluiu que variedade é bom, mas somente em pequenas doses.
Limite
Variedade requer boa memória
A pesquisa sobre encontros rápidos concluiu que geralmente os homens eram mais entusiasmados do que as mulheres em fazer uma proposta entretanto também ficavam confusos quando tinham muitas opções.
A justificativa, segundo o pesquisador Alison Lenton, é que lidar com a variedade requer atenção e memória, e nós temos um limite de capacidade para cada uma delas. Aumentar os encontros para dez minutos não melhoraria os resultados, segundo ele. "É extremamente comum para julgar rapidamente outras pessoas, mesmo em questão de segundos. E, uma vez que esses julgamentos são feitos, é difícil modificá-los", explica.
História. O "speed dating" surgiu em 1998, nos Estados Unidos, uma criação do rabino Yaacov Deyo e sua esposa, Sue, baseados na tradição judaica de ajudar jovens judeus solteiros a encontrarem o amor de suas vidas. O primeiro evento promovido pela empresa de "speed dating" aconteceu no Petes Café, em Beverly Hills.
Aos poucos, a prática deixou de ser voltada exclusivamente para o público judeu, ganhou espaço e se tornou popular nos Estados Unidos, Europa, China e Austrália.
Amber Soletti, que dirige uma empresa de "speed dating" em Nova York, afirmou que reunir solteiros por interesse e preferências físicas aumenta as chances de um encontro bem sucedido. Sua empresa, OnSpeedDating.com, oferece 75 grupos, que divide os interessados em nichos como persuasão asiática, solteiros de academia e solteiros que gostam muito de viajar.
A Speed Dating Brasil (http://www.speeddatingbrasil.com.br) foi a primeira empresa a promover encontros rápidos no país.
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