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1 de fevereiro de 2011

Brasil quer brigar por terras raras, alimento da alta tecnologia

Elementos químicos estão na fabricação de TVs e iPods a aviões e mísseis

Você já se perguntou de que são feitos o computador, a televisão, o celular, o iPod ou a lâmpada? Todos, sem exceção, contêm terras raras - 17 elementos químicos que, até poucas décadas atrás, não passavam de siglas na tabela periódica. As terras raras são matérias-primas essenciais para a indústria de tecnologia avançada. São básicas para a tecnologia da informação, biotecnologia, tecnologias energéticas e defesa nacional.

O Brasil está disposto a entrar nesse mercado bilionário dominado pela China. Técnicos do governo avaliam o potencial do país para explorar as terras raras. A ideia é consolidar um programa de pesquisa e desenvolvimento, além de traçar uma radiografia dos consumidores nacionais e identificar potenciais produtores.

Assim, o governo pretende retomar a atividade - que hoje não representa 1% da produção mundial - num segmento em que já foi líder. Os chineses respondem por 97% da produção internacional, com 120 mil toneladas por ano.

Paralelamente, as Indústrias Nucleares do Brasil estão negociando com a Universidade Federal Fluminense a realização de pesquisas no oceano com o objetivo de identificar novos depósitos de terras raras no país.

Após restrições de Pequim às exportações de terras raras, em setembro de 2010, o preço da tonelada saiu de US$ 5.000 para US$ 50 mil. E deve subir mais, pois a China já anunciou nova diminuição em 10%.

Com esse salto no preço, os técnicos do governo avaliam que está na hora de o Brasil voltar a ter destaque nesse nicho. Com produção de apenas 650 toneladas de terras raras em 2009, segundo os últimos dados disponíveis, o Brasil estaria praticamente fora desse "boom".
Relatório dos ministérios de Minas e Energia e de Ciência e Tecnologia aponta que, entre os desafios brasileiros, está o desenvolvimento de novas tecnologias para aproveitamento desses elementos. Há ainda a questão ambiental. Os resíduos da produção são radioativos e precisam de armazenamento especial.

"A carência de terras raras representa mais do que apenas uma falta de iPods", afirma Michel Rademaker, do Centro de Estudos Estratégicos de Haia. "Se continuarmos a focar o uso de terras raras como solução para a transição à energia verde, a coisa vai ser difícil".


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