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17 de janeiro de 2011

A causa não causada, a criação, a recriação e a evolução

Bento XVI afirmou que Deus já existia antes do Big Bang

Para a física de hoje, as coisas minúsculas e invisíveis sem a utilização dos microscópios são mais importantes do que as visíveis.

Tomemos um exemplo. Duma bomba comum, por mais destruidora que ela seja, nós podemos ver os seus componentes: pólvora, pavio etc. Já duma bomba atômica, não se veem, a olho nu, os seus minúsculos elementos subatômicos de que ela se compõe. Mas o seu poder de destruição é, milhares de vezes, superior ao da bomba comum. Também são Paulo ensinou que devemos nos prender às coisas invisíveis que são eternas e não às visíveis que são passageiras (2 Coríntios 4:18). O corpo é visível e é mortal. Já o espírito é invisível e é imortal.

Li, recentemente, em O TEMPO, uma notícia da mídia internacional, em que o papa Bento XVI afirma uma grande verdade, isto é, que o Big Bang (grande explosão, de que se teria originado o universo) é obra de Deus, o que significa que Deus já existia antes do Big Bang. Ainda há discussões sobre essa teoria. Mas, se for mesmo uma verdade, e tudo leva a crer que é, é certo que, antes dele, já existia alguma coisa, pois uma explosão implica a existência da coisa explodida, o que parece ser, no caso, energia acumulada. Para todas as religiões, Deus é a causa primeira de todas as coisas ou causa não causada, envolvendo essa ideia de um ser incriado e de ser o primeiro existente e criador de todas as coisas. Os hindus denominam Deus de Brâma e de o Único, do qual nada pode ser dito. A questão nº 1 de "O Livro dos Espíritos", de Kardec, dá a Deus o nome de causa primeira de todas as coisas e inteligência suprema. Para são Tomás de Aquino, todos os seres são contingentes (que vêm de outros), exceto Deus, que é o único ser incontingente (que não vem de outro). A física quântica considera todos os seres como estando em série, como pedras dum dominó em queda.

O filósofo e teólogo jesuíta Huberto Rohden usa em seus livros, propositalmente, a palavra "creador", com a vogal "e", para diferenciá-la de criador. Do mesmo modo, ele age com relação ao verbo criar. Para Rohden, então, "crear" é a passagem da essência para uma existência, enquanto que criar é a passagem duma existência para outra existência. Assim, Deus é "creador", pois "creou" o protótipo do boi. Já o fazendeiro é criador de boi, pois ele só cuida da transição duma existência (o boi já existente) para outra existência (o bezerro). Também o autor duma obra de arte é um criador, pois se trata de algo original.

Eu, respeitando muito o Rohden, opto por outro recurso linguístico. Considero Deus o Criador, que criou o protótipo do boi ou o primeiro boi, ou seja, a essência do boi manifestada numa existência (o boi). Já o fazendeiro é um recriador de boi, pois apenas age para facilitar a continuação da espécie do boi. E eu, então, diria assim a conhecida lei de Lavoisier: depois da criação, nada se cria, tudo se recria e tudo se transforma, numa evolução constante.

De modo semelhante, acontece com o espírito criado por Deus, mas recriado pelo homem, que o recria, moralmente, fazendo para isso bom uso do seu livre-arbítrio, à proporção da evolução do seu conhecimento adquirido nas suas numerosas reencarnações.

Como vimos, antes do Big Bang, já existia algo criado. Portanto, ele não é a causa não causada ou causa primeira. E, embora a matéria seja energia condensada, incomoda aos materialistas que o Big Bang não se origina diretamente da matéria propriamente dita, quando, então, o materialismo falece justamente por falta de matéria!

Escrito por: José Reis Chaves

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