Ritual para fazer contato com os animais de poder

O geobiólogo Ka Ribas utiliza o saber das tradições indígenas

Natureza, árvores, flores, água, pássaros, o som do vento. Cenário ideal para uma vivência xamânica, ritual que resgata a força, a medicina e a sabedoria da natureza e do reino animal para acessar os aspectos instintivos, profundos e inconscientes de cada pessoa.

A vivência vai acontecer em Casa Branca, distrito de Brumadinho, no próximo sábado, e será coordenada pelo educador e geobiólogo Ka W. Ribas, que recebeu ensinamentos ancestrais de tradições andino-amazônicas, mexicanas, norte-americanas e de indígenas brasileiros.

"Os animais representam e manifestam diferentes tipos de cura, energia e poder. Possuem uma rica simbologia repleta de mensagens e informações. São também poderosos arquétipos do inconsciente e, quando acessados, realizam feitos formidáveis, possibilitando cura e superação de bloqueios e dificuldades. Trata-se de uma energia que já está em nós, mas que muitas vezes não nos reconhecemos como natureza e negamos nosso lado instintivo, selvagem e primigênio", ensina Ka.

Na verdade, ressalta o geobiólogo, o ser humano sempre teve uma relação bem próxima com o reino animal, "assim como sempre esteve e está conectado à mãe natureza, o que muitas vezes nos falta é a consciência dessa profunda conexão".

Eles, os animais, fazem parte do nosso cotidiano desde os homens das cavernas até os dias de hoje, quando utilizamos expressões como forte como um touro, ágil como uma cobra, fulana é uma gata, teimoso como uma mula, nobre como um leão, e muitas outras. "Os animais estão em logomarcas e símbolos de empresas, instituições e equipes esportivas", lembra Ka. Durante a vivência, os participantes vão aprender a utilizar conscientemente essa força e poder refletir sobre a sua relação com os animais a fim de que possam construir uma relação mais respeitosa e harmônica com os bichos.

Ka acredita que, quando desenvolve a consciência dessa conexão, a pessoa pode aplicá-la em seu trabalho, nas suas relações pessoais e na sua vida em geral.

"Ao reconhecer sua força e poder, você se torna um humano mais completo e íntegro. Os animais também se beneficiam, pois, a partir dessa conexão, é possível mudarmos hábitos em relação a eles. Somos desumanos e estamos explorando-os como alimento, pesquisas e divertimento", analisa o educador.

Algumas pessoas conseguem identificar qual é o seu animal de poder durante uma meditação ou ritual. "Esses animais são nossos aliados e se apresentam por meio de muitos sinais e mensagens. Às vezes, temos muita afinidade com eles; outras vezes não. Mas eles sempre se apresentam. Na vivência, iremos invocar sua presença e ir ao encontro deles por meio de técnicas ancestrais e usando instrumentos sagrados como o tambor, que facilitam essa conexão", explica Ka.

O animal de poder pode ser um chacal branco, águia, gavião, beija-flor, felinos como a onça, o puma e o leão, as serpentes, tartarugas, golfinhos e baleias, sapos, lobos, búfalos. "Todos eles têm o seu valor, ensinamento e medicina. Minha intenção é contribuir para que nossa relação com o reino animal seja curada e respeitada", finaliza Ka.

Agenda: Vivência "Conexão com o Reino Animal", dia 20/11, das 9h às 14h30, em Casa Branca, Brumadinho. Informações: (31) 3575-3685 ou 9422-9331. Custo: R$ 90.

Depoimento

Usando a força dos animais de poder no cotidiano

Minha primeira experiência com os animais de poder aconteceu no Peru, há dois anos, junto a um grupo. Foi muito forte. Dependendo da situação específica, eu invocava a força de determinados bichos.

O tigre, por exemplo, representa a coragem e a força e eu acessei a sua energia para entrar em uma caverna escura. Através da energia do condor, vivenciei a sensação de voo, de elevação espiritual.

Ainda não consegui descobrir o meu animal de poder, aquele que sempre me acompanha e a sua força me complementa, mas pretendo fazer isso através de novas vivências.

Essa prática tem me beneficiado no meu cotidiano. Nas mais variadas situações, quando sinto necessidade, faço contato com um animal específico e sinto imediatamente que a minha energia adquire as suas características, como poder, força, leveza, coragem e elevação espiritual.

Normalmente, costumo usar a prática do condor e me sinto mais conectada com o céu. Durante uma caminhada para uma cachoeira, o caminho estava úmido e escorregadio. Logo invoquei a força do tigre. O pensamento é o caminho para que a energia se transforme em sentimento.