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18 de novembro de 2010

Crianças pequenas já sofrem com a ditadura da magreza

Ser magro é algo valorizado até por quem tem entre 3 e 5 anos de idade
Nova York, EUA. Crianças com idade entre 3 e 5 anos já tendem a valorizar a magreza, segundo uma enquete feita com alunas em fase pré-escolar nos Estados Unidos.

O problema desse comportamento são os riscos ligados a problemas alimentares e depressão, provocados pela pressão sobre as crianças para se manterem magras. Outra questão mais delicada é a ideia negativa de que não é bom ser uma pessoa gorda. O alerta vem da coordenadora do estudo, Jennifer Harriger, da Universidade Pepperdine, na Califórnia.

Cinquenta e cinco meninas do sul da Califórnia foram entrevistadas. Como as crianças não se comunicam com complexidade, os pesquisadores mostraram figuras de tipos gordos e magros e as deixaram se expressar. Todas sugeriram que queriam ser magras. Segundo Harriger,várias participantes sequer tocaram as figuras gordas e disseram comentários do tipo "odeio ela"; "ela é gorda"; e "eu não quero ser ela".

Em média, foram 3,1 palavras de cunho negativo e 1,2 palavra positiva para descrever as figuras gordas. A proporção se invertia - 2,7 palavras positivas para 1,2 palavra negativa - entre figuras magras.

"Essa pesquisa ao menos mostra que crianças bem jovens entendem completamente os valores da sociedade sobre a magreza", comenta a professora assistente do Departamento de Psicologia da Universidade de Denver. "Mas imagino que as estudantes pré-escolares são bem suscetíveis para o ideal internacional de corpos magros e, talvez, estejam fazendo algo para se manterem magras".

Pesquisa em escolas do Recife chegou a conclusão similar

Recife. No Brasil, a situação não é diferente. Um estudo feito em escolas do Recife mostrou que 90% dos alunos se achavam acima do peso e faziam regime. A pesquisa, realizada com 1.509 crianças com idades entre 10 e 14 anos, aponta que os estudantes têm elevado risco de desenvolver transtornos do comportamento alimentar.

Segundo a autora do estudo, Ana Márcia Cavalcanti, da Universidade Federal do Pernambuco, o que mais chamou a atenção foi a insatisfação dos jovens com a própria imagem. Foi calculado o Índice de Massa Corpórea dos estudantes e, mesmo com peso adequado, a grande maioria se achava gorda. Para os psicólogos, a chamada "distorção da autoimagem" é um dos indícios mais perigosos para o desenvolvimento de distúrbios alimentares.

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