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20 de outubro de 2010

Alerta a hospitais para superbactéria

A possibilidade de a bactéria resistente a quase todos os antibióticos que existem, a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), chegar a Minas Gerais preocupa as autoridades. Neste mês, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) enviou um alerta aos hospitais pedindo que as medidas de prevenção sejam reforçadas.
Apesar de não haver registros de infecções hospitalares causadas pela superbactéria em Minas, ela já infectou várias pessoas no país. Só no Distrito Federal, até a última segunda-feira, foram confirmados 135 casos, sendo 15 mores, de acordo com a SES.
Por enquanto, a bactéria só atua dentro dos hospitais, gerando infecções nos pacientes debilitados. No Hospital Base de Brasília (HBB), há 23 casos de pacientes infectados. Por essa razão, foi feito um remanejamento de pacientes no estabelecimento. "Estamos fazendo um esforço para controlar o contágio pela bactéria. Dividimos o hospital em quatro alas: uma para pessoas que tiveram contato com pacientes com a bactéria, outra para os pacientes com o quadro infeccioso, outra para os portadores e uma para as pessoas que chegam ao hospital", disse o diretor do HBB, Carlos Schmin.
Em Minas, o alerta técnico da Secretaria de Estado da Saúde determina que os hospitais tomem algumas medidas de prevenção e controle, como a identificação precoce do paciente infectado; higienização das mãos, uso de luvas por parte dos profissionais da saúde, limpeza e desinfecção dos aparelhos, dentre outras.
Antibióticos. Além da higienização dos hospitais, o surgimento da bactéria KPC trouxe à tona a necessidade de controle no uso de antibióticos. "Quando um paciente toma muito antibiótico, ele acaba matando as bactérias que protegem os organismos da invasão das superbactérias, abrindo espaço para elas. Por isso, a ingestão desses remédios tem que ser de forma cuidadosa", explica o professor de infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Carlos Magno Fortaleza.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, disse ontem que o país precisa controlar de forma mais efetiva o uso de antibióticos e relacionou o surto ao alto consumo desse tipo de medicamento. "Infelizmente, no Brasil, nós ainda temos o uso indiscriminado de antibióticos", afirmou. O ministro disse que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está concluindo uma nova regulamentação que obriga a apresentação de receita médica para o acesso a antibióticos.
Segundo o professor de microbiologia do Instituto de Ciências Médicas da Universidade de São Paulo (USP), Jorge Tinenetesky, o maior desafio a ser encarado é a dificuldade de tratamento dos infectados. Ele explica que uma das soluções seria aumentar a dose de medicamentos, já que a bactéria seria resistente a determinados níveis da medicação. Mas ele explica que não é simples assim. "Pode-se aumentar as doses de antibióticos, mas tem que monitorar o paciente porque aumenta a toxicidade da droga. A pessoa pode não resistir e morrer junto com a bactéria", ressalta. (Com agências)
Perigo
Outros tipos de mutações preocupam
Apesar de as atenções dos brasileiros estarem voltadas agora para a bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), ela não deveria ser o único motivo de preocupação. Outras superbactérias tão potentes quanto ela já atuam nos hospitais do país há muitos anos.
"Nós já estamos lidando com bactérias resistentes a antibióticos há muito tempo. Essa é apenas mais uma delas. Não é motivo de pânico, mas é um alerta sério para a necessidade de implantarmos medidas para a redução das infecções hospitalares", defende o professor de infectologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Carlos Magno.
O especialista ressalta ainda que o aparecimento dessa bactéria foi importante para deixar um alerta sobre a necessidade de se criar novos antibióticos. "O aparecimento da nova bactéria é preocupante porque comprova o que já sabíamos previamente, que é a falta de medicamentos que vivemos. As bactérias cada vez ficam mais resistentes, e não temos capacidade para criar antibióticos na mesma velocidade", disse.
O professor de microbiologia do Instituto de Ciências Médicas da Universidade de São Paulo (USP) Jorge Tinenetesky explica que, como uma bactéria pode passar para outra a resistência quanto a medicamentos, a presença da KPC pode abrir precedentes para o surgimento de outras. (TL)
Entenda
A superbactéria KPC foi levada da Índia para outras partes do globo por pessoas que estiveram lá fazendo cirurgias, inclusive, estéticas. Nos EUA, a superbactéria é problema em várias regiões.

No Brasil, os primeiros registros de KPC são de 2005, em São Paulo. Há casos no Paraná, Rio de Janeiro, Recife, João Pessoa, Vitória, Rio Grande do Sul e no Distrito Federal.
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fonte:Otempo

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