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26 de julho de 2010

Católicos têm contato com os espíritos santos de sua devoção

Existe uma doutrina importante da Igreja, mas pouco explicada.

Trata-se da comunhão dos santos, que é um dogma antigo do credo católico citado nas missas.

Como todo dogma é doutrina polêmica, o Espírito Santo é outro, pois de espírito humano na Bíblia, ele foi transformado pelos teólogos no espírito divino da doutrina trinitária criada por eles. Na Bíblia, o Espírito Santo é o espírito de cada um de nós. Assim, ele é uma espécie de coletivo de todos os espíritos(Daniel 13,45, da Bíblia Católica; e 1Coríntios 6,19).

Também virou dogma a conflitante doutrina da ressurreição da carne, do corpo, pois pela Bíblia ela é do espírito (1 Coríntios 15,44). As traduções mais recentes já falam em ressurreição dos mortos, o que já é um bom progresso. O maior teólogo católico da atualidade, o espanhol Andrés Torres Queiruga, ensina em seu livro "Repensar a Ressurreição" (Ed. Paulinas) que a ressurreição é do espírito, inclusive a de Jesus. O Velho Testamento fala que Jesus ressuscitaria no terceiro dia. Porém se trata da ressurreição ou aparição em nosso mundo físico para os seus apóstolos e discípulos.

Mas no mundo espiritual, Ele ressuscitou mesmo no momento de sua morte. "Pai, em vossas mãos entrego meu espírito". E Jesus apareceu com o seu corpo espiritual (1 Coríntios 15,44) materializado, ou seja, o que as pesquisas científicas de Kardec denominaram de perispírito. Mas os cristãos primitivos, por ignorância, pensavam que se tratasse do corpo morto na cruz.
Sobre a doutrina da vida eterna, creio que ela virou dogma porque os primeiros cristãos, influenciados pelos cristãos judaizantes saduceus, não acreditavam em ressurreição nem em espírito (Atos 23,8; e Eclesiastes 9,10). Ademais, a palavra eterno era polêmica, pois, apesar de ter sido traduzida por um tempo sem fim, na verdade ela significa tempo indeterminado, indefinido, que é o sentido do vocábulo grego "aionios". O tempo é indefinido porque depende do carma de pagamento dos pecados de cada um. Mas já havia os teólogos que pensavam que era o sangue de Jesus que pagasse os nossos pecados, pois eles achavam que o espírito de Deus se sentisse contente, aliviado e indenizado pelo pecado de assassinato de Jesus. Além disso, eles ainda não tinham descoberto que somos nós mesmos que pagamos os nossos pecados. "Ninguém deixará de pagar até o último centavo" (Mateus 5,26).

E, quanto ao dogma da comunhão dos santos, certamente os teólogos cristãos judeus saduceus, como vimos, contrários que eram à imortalidade dos espíritos e ao contato com eles, repudiavam essa doutrina, por ela transgredir as leis mosaicas (não as divinas do Decálogo), as quais proíbem o contato com os espíritos dos mortos, não os diabos, como dizem alguns líderes religiosos (Deuteronômio capítulo 18). Mas de certa feita, Moisés defendeu o espiritismo, elogiando Heldade e Medade, que recebiam espíritos (Números 11, 24 a 30).

A comunhão dos santos ensina que os católicos podem entrar em contato com os espíritos santos de sua devoção, pedindo-lhes graças, e que os fieis podem ajudar os espíritos com preces e missas. Isso cheira espiritismo! Seria por isso que a Igreja se preocupou tanto com a doutrina dos espíritos? E seria por isso que os evangélicos, herdeiros de alguns erros da Igreja Católica do passado, têm uma ojeriza doentia pelo espiritismo e pelos espíritos santos canonizados pela Igreja?

Escrito por:José Reis Chaves

fonte:Otempo

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