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11 de maio de 2010

Encontrado buraco no espaço


O telescópio espacial infravermelho Herschel descobriu um buraco no espaço que pode fornecer pistas sobre os estágios finais do processo de formação de estrelas.

As estrelas nascem em densas nuvens de gás e poeira e, em algum momento, começam a expelir o material que as deu origem até afastarem por completo o que há em volta.

Apesar de já terem observado jatos de estrelas empurrando material no espaço, os astrônomos nunca conseguiram compreender exatamente o que acontece em um berçário de estrelas para que ele se dissipe por completo - e como essa mudança acontece.

“Na verdade, estudar essas regiões é uma das principais missões do Herschel”, explica Tom Megeath, da Universidade de Toledo, nos Estados Unidos, o principal pesquisador da equipe internacional HOPS, envolvida na análise de dados.

O buraco (que não é um buraco-negro) está no meio de uma dessas nuves-berçário, um acúmulo de gás brilhante conhecido como NGC 1999. “Ele está na constelação de Orion, a cerca de 1.250 anos-luz, e já foi inclusive fotografado pelo Hubble anos atrás”, diz Megeath.

Mesmo com as imagens do telescópio da NASA, durante mais de 20 anos acreditou-se que esse borrão escuro fosse apenas outra nuvem, densa demais para permitir a passagem de luz (e que, por isso, aparecia como um ponto negro no céu).

O problema é que, quando o Herschel olhou em sua direção, a mancha continuou negra – o que era impossível. Suas lentes infravermelhas deveriam ver através de nuvens como esta, o que deixava apenas duas alternativas: ou a nuvem era imensamente densa, ou havia algo de diferente acontecendo...

Investigações mais profundas com telescópios terrestres confirmaram as suspeitas: esse pedaço do céu não parecia negro por ser um bolsão denso de gás que barra a luz, mas sim por ser verdadeiramente vazio. Isso é algo jamais visto.

Os astrônomos acreditam que este buraco pode ter sido aberto quando os jatos de algumas das jovens estrelas da região perfuraram a camada de gás e poeira que forma a NGC 1999. A poderosa radiação de uma estrela em formação próxima também pode ter ajudado a abrir o buraco. “Nós já imaginávamos que algo assim acontecesse, mas nunca algo deste tamanho foi registrado”, diz Megeath.

Para ajudar a compreender melhor o que foi achado, o cientista faz uma comparação “Imagine que é como se houvesse um verme cavando a terra, criando canais e buracos, cada vez maiores... É isso o que está acontecendo no espaço”.

fonte:Infoabril

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