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2 de abril de 2010

Pulseiras do sexo

Acessórios de silicone são peças de jogo adolescente; prenda varia conforme a cor e vai de abraço a relação sexual

Elas são coloridas, bonitas e enfeitam os braços de vários jovens e adolescentes. O que não dá para saber à primeira vista é que as pulseiras de silicone - uma verdadeira "febre" entre os jovens - tornaram-se sinônimo de um ousado jogo sexual.

Na brincadeira conhecida como "snap", cada cor do acessório tem um significado, que vai desde um inocente abraço até uma relação sexual. Com atraso em relação a outros Estados, a moda chega, agora, aos colégios de Minas e já é sucesso entre meninos e meninas de 10 a 17 anos.

Nas regras do jogo, um jovem usa as pulseiras e, caso outro consiga arrebentá-las, o primeiro tem que pagar como prenda uma carícia indicada pela cor do objeto. O castigo mais leve é o da cor amarela, que representa um abraço. Já a pulseira preta indica uma relação sexual.

A brincadeira teve início na Inglaterra e se difundiu pelo mundo por meio da internet. Lá, elas foram batizadas de "shag bands" (pulseiras do sexo). Em Minas Gerais, os acessórios começaram a ganhar mais visibilidade neste mês. Basta passar pelas escolas da capital para notar que a pulseirinha colorida já é "febre" entre a meninada.

Se arrebentar
No Instituto de Educação de Minas Gerais, a brincadeira é bastante conhecida. Uma menina de 14 anos, da 8ª série, por exemplo, conta que tem cerca de 60 pulseiras. Decidida, a garota usa várias, cada uma de uma cor diferenciada. "Se arrebentar, espero que seja a preta", afirma sem qualquer pudor.

A amiga dela, outra adolescente de 14 anos, também desfila com vários acessórios coloridos. No entanto, diz que não vai entrar no jogo. "Eu acho que não estou na idade. Tem que ter maturidade e cabeça no lugar", justifica.

Outro aluno do Instituto de Educação, de 18 anos, conta que já teve mais de 20 pulseiras arrebentadas. Pagou uma prenda para cada uma das perdas. "Já arrebentaram de todas as cores. Até a do sexo. Mas, dentro da escola, a gente só faz as coisas mais leves, como abraço e beijo", diz.

A diretora do instituto, Marília Sarti, afirma não ter conhecimento da brincadeira no ambiente escolar. "Se percebermos, vamos chamar o aluno e explicar que isso não pode ocorrer na escola", afirma. No Colégio Padre Eustáquio, o adorno ficou tão famoso que é até vendido na porta por ambulantes. Há pouco mais de uma semana, o baleiro Márcio Gonçalves começou a comercializar as pulseiras e já comemora os lucros com o produto. "Em uma semana, vendi 60 pacotes de 12 unidades. Cada uma delas por R$ 0,50". Ele diz ignorar o significado do jogo. "Para mim, o objetivo delas é deixar o braço mais bonito", afirma.

De acordo com um estudante do colégio, de 17 anos, a maioria dos alunos aderiu à moda. "Todo mundo está usando a pulseira, e a maioria das pessoas participa da brincadeira".

De acordo com a coordenadora pedagógica do Padre Eustáquio, Dulce Maria Mantuano, assim que ficou sabendo da nova moda, a direção convocou setores pedagógicos para preparar os profissionais. "Nossa preocupação é conscientizar e despertar os alunos para uma visão crítica da questão. Grande parte deles não conhece o significado dado às pulseiras coloridas e usa as mesmas simplesmente por estarem na moda", explica.


fonte:supernoticias

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