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23 de abril de 2010

Censo marinho revela micróbios surpreendentes

Seres constituem algo entre 50% e 90% da biomassa dos oceanos

Massachussetts, EUA. Cientistas estão perto de terminar um levantamento das criaturas invisíveis a olho nu que vivem no fundo dos oceanos do planeta. O projeto faz parte do Censo da Vida Marinha, que deve ser concluído até outubro. O censo vem sendo realizado há dez anos e envolve 14 projetos, dos quais quatro têm o objetivo de catalogar a variedade e a quantidade das criaturas microscópicas que estão no início da cadeia alimentar do planeta.

De acordo com os pesquisadores, é fundamental conhecer e entender essas espécies "invisíveis" para compreender o tamanho, a dinâmica e a estabilidade da cadeia alimentar, do ciclo de carbono e de outros processos fundamentais para a vida na Terra.

Entre as descobertas mais recentes está uma imensa colônia de micróbios na costa oeste da América do Sul que cobre uma área equivalente ao território da Grécia - que já está sendo considerada uma das maiores aglomerações de vida já vistas.

O Censo da Vida Marinha envolve cerca de 2.000 cientistas de mais de 80 países, em uma das maiores colaborações científicas internacionais já realizadas. Se fossem reunidas e retiradas do mar, as criaturas microscópicas pesariam o equivalente a 240 bilhões de elefantes africanos. Esses seres constituem algo entre 50% e 90% da biomassa dos oceanos e são considerados vitais para o funcionamento do planeta. No entanto, só nos últimos dez anos a tecnologia possibilitou revelar a extensão da diversidade.

"Em nenhuma outra área da vida oceânica a magnitude das descobertas do censo foi tão extensa quanto no mundo dos micróbios", disse o coordenador da pesquisa sobre micróbios, Mitch Sogin, do Laboratório de Biologia Marinha em Woods Hole.

Banco de dados. A pesquisa extraiu amostras de 1.200 locais no mundo e criou um banco de dados com 18 milhões de sequências de DNA, todas de micróbios.

O resultado disso é que a comunidade científica está revendo dramaticamente estimativas anteriores de biodiversidade: podem existir até cem vezes mais gêneros (a categoria entre família e espécie) de micróbios do que se acreditava até então.

Até o momento, de acordo com o vice-presidente do conselho científico do projeto, John Baross, foram identificados e isolados cerca de 20 mil micróbios marinhos.No entanto, o censo indica que, dentro de um intervalo de tamanho determinado, mais de 20 milhões de tipos de bactérias vivam no oceano. "O número total de espécies de micróbios marinhos, incluindo tanto dos grupos bacteria quanto archea, baseando-se na caracterização molecular, está provavelmente perto de 1 bilhão", afirmou.

Bornéu. Biólogos anunciaram ontem a descoberta de 120 novas espécies na ilha de Bornéu, entre elas uma rã sem pulmões, o maior inseto do mundo e uma lesma que atira "dardos do amor" em seu parceiro. "Temos encontrado em média três espécies novas por mês e 123 nos últimos três anos, com pelo menos 600 novas espécies descobertas nos últimos 15 anos", disse Adam Tomasek, chefe do WWF na região.

fonte:Otempo

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