Na última semana, o multimilionário golfista Tiger Woods pediu desculpas publicamente por seu comportamento sexual extraconjugal. Apesar de não usar o termo "vício em sexo", Woods pareceu estar cumprindo vários passos de um tratamento de 12 passos justamente para isso. Ao supostamente abraçar a abordagem dos 12 passos - formulada inicialmente pelos Alcoólicos Anônimos (AA) e posteriormente adotada pelos Narcóticos Anônimos (NA), Viciados em Sexo Anônimos (VSA) e grupos de auxílio aos viciados em jogo, alimentos e compras - Woods despertou um debate de longa data sobre os distúrbios sexuais e a formas de tratá-los.
A ideia de que alguém pode estar viciado em sexo é polêmica e inevitavelmente leva a risadas e piadas. Aqueles que alegam ser viciados podem ser acusados de buscar uma desculpa médica para uma simples questão de promiscuidade.
Mas apesar do vício em sexo não ser reconhecido pelo Manual de Distúrbios Mentais da Associação Norte-Americana de Psiquiatria, alguns psiquiatras reconhecem que existem "casos claros nos quais pessoas arruínam suas vidas devido ao sexo", disse Michael First, professor de psiquiatria da Universidade Columbia que editou o manual. O "distúrbio hipersexual" agora está sendo analisado para entrar na próxima edição.
"O problema é como delimitar a fronteira entre um apetite sexual saudável e o vício", disse First. O diagnóstico depende do quanto a busca por sexo interfere em outros objetivos, se o paciente tentou parar e não conseguiu e qual humor a atividade provoca.
Segundo o psiquiatra Richard B. Krueger, especialista da Universidade Columbia no tratamento de criminosos sexuais, "um casal apaixonado fazendo sexo frequentemente" é diferente de um paciente incapaz de parar de ver pornografia no trabalho.
O tratamento "ainda está em seus primórdios", disse Krueger. As opções são muitas. A castração química com bloqueadores de testosterona, como é usada em pedófilos, é inadequada nesses casos. Antidepressivos inibem o apetite sexual, ereções ou orgasmo em alguns pacientes, mas não em todos. A psicoterapia individual ajuda alguns viciados, enquanto programas de 12 passos ajudam outros.
O programa também inclui entrevistas sobre trauma de infância ou abandono, várias rotinas diárias de terapia em grupo, terapia de arte - na qual ele desenharia histórias sobre ele mesmo - e "uma grande quantidade de escrita sobre seu histórico sexual", incluindo suas primeiras memórias de excitação sexual e seu primeiro encontro com a pornografia, desde o início até o presente. Mavis Humes Baird, outro terapeuta familiar da Gentle Path, disse que Woods teria sido separado do contato da sua família durante semanas e teria sido proibido de se masturbar, usar pornografia, entrar em contato com fãs femininas e qualquer outra coisa que estimulasse seu apetite sexual. "Você não pode fazer sexo com você mesmo ou com qualquer outra pessoa", disse Baird.
Nos encontros de grupo, os viciados descrevem como seus hábitos ferem suas famílias, seus amigos e suas profissões. Eles também precisam recontar suas mentiras, subterfúgios e tentativas de culpar os outros.
Em sua declaração, Woods pareceu fazer isso, enfatizando que sua mulher, Elin, "merece elogios, não culpa".
Vício em sexo
O que é
Comportamento sexual compulsivo que interfere na vida cotidiana e provoca estresse grave na família, nos amigos e no ambiente
de trabalho
Descontrole
O comportamento sexual compulsivo domina a vida do viciado, que torna o sexo uma prioridade
Vício
É um distúrbio que causa impacto físico, mental, emocional, espiritual e no comportamento do indivíduo
fonte:Otempo
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