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15 de fevereiro de 2010

Deus não é revanchista, nós é que acionamos a lei do retorno

Pessoas acham que, orando, vão ter seus pecados anulados

Deus nunca é ofendido por nós. Quem é ofendido é o nosso semelhante. E também nós próprios somos vítimas de nossas faltas e temos de quitá-las

O pior erro da antropomorfização de Deus da cultura judaico-cristã é o de atribuir a Ele nossas imperfeições, principalmente no sentido de que Ele se vinga de nossos erros ou premia os bons. Na verdade, apenas funciona a sua lei do retorno ou de causa e efeito.

Deus enviou Jesus, nosso Irmão Maior, ao nosso planeta Terra, para nos ensinar, entre outras coisas, que temos de perdoar os nossos desafetos não só sete vezes, mas 70 vezes sete, ou seja, sempre. E seria Deus um demagogo, que nos ensina uma coisa, enquanto Ele faz outra? Jamais isso ocorre. Ademais, Deus nunca é ofendido pelas nossas faltas. Quem é ofendido é o nosso semelhante. E também nós próprios somos vítimas de nossas faltas, pois temos que quitá-las. Quando nós erramos, estamos contra as leis morais criadas em nome de Deus por espíritos encarnados e desencarnados, que trabalham no projeto divino (Hebreus 1,14). Jesus é o maior Espírito obreiro de nosso mundo. E Ele ainda trabalha depois de desencarnado. A conversão de Paulo no caminho de Damasco é um exemplo disso.

Quando nós cometemos um ato de amor ou desamor para com nossos semelhantes, isso retornará sobre nossas cabeças (Obadias 1,15). Aliás, a falta pode ser até contra nós mesmos, como descuido de nossa saúde, suicídio etc. Por tudo isso, nós sofreremos consequências de acordo com a lei do retorno. "Ninguém deixará de pagar tudo até o último centavo" (Mateus 5,26). Mas também, pago o último pecadinho, nós estaremos quites e não vamos pagar mais nada. E isso joga por terra também o erro dos teólogos de penas eternas, sem fim. Aliás, já vimos em outra matéria que eterno ("aionios" em grego, e "eternus" em latim) significa tempo indefinido e não sem fim, como erradamente foram traduzidos. E o tempo é indefinido, porque depende do carma de sofrimento de cada um. E não se deve confundir pena com reparação. O resgate da pena não isenta o indivíduo da reparação, a qual deve ser feita na mesma reencarnação em que se cometeu a falta, pois se a reparação passar para outra vida, as coisas se complicam. "Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão" (Mateus 5,25). Essa passagem é uma das metáforas mais importantes do ensino bíblico da lei cármica ou do retorno.

Umas pessoas acham que, orando muito, elas vão ter seus pecados anulados. Isso não acontece, pois Deus não é um juiz corrupto, que fecha os olhos a um crime mediante o recebimento de propinas. É verdade que uma boa ação encobre multidão de pecados. Trata-se, porém, de ações de caridade para com nossos semelhantes, e não de peditório egoísta a Deus para que Ele, anulando sua lei, nos isente de penas merecidas. Deus não faz acepção de pessoas, se Ele desse uma colher de chá para alguém, teria que a dar para todos. A lei de causa e efeito é inexorável, não falhando jamais. E ela não é só da Bíblia, mas também de todas as outras escrituras sagradas. A sabedoria popular diz bem que da justiça humana o indivíduo pode escapar, mas da divina, não. "A cada um será dado segundo suas obras"(Mateus 16,27).

Mas reiteramos que essa lei do retorno não é revanche de Deus. Simplesmente, ela funciona com cada um colhendo na sua própria lavoura, atuando nela não Deus, mas a sua lei do retorno, que é acionada por nós mesmos através de nossas ações boas e más!

Escrito por:José Reis Chavez

fonte:Otempo

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