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14 de janeiro de 2010

Morte de Zilda Arns comove o país e milhares de voluntários

Fundadora da Pastoral da Criança participava de missão humanitária

Rio de Janeiro e Curitiba. A catástrofe no Haiti matou uma brasileira reconhecida internacionalmente por sua ação no campo social. Aos 75 anos, a pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann - irmã de Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo emérito de São Paulo - estava em Porto Príncipe, numa palestra dentro de uma igreja, onde 150 pessoas ouviam suas palavras no momento do terremoto; seu corpo foi encontrado nos escombros do templo. Ela adiara a viagem ao Haiti por quatro vezes.

A palestra Zilda no Haiti visava "a motivar os líderes e voluntários da Pastoral da Criança no Haiti", informou ontem a Pastoral, em nota. Muito abalado com a morte da irmã, dom Paulo divulgou nota em que diz que "Zilda morreu de uma maneira muito bonita, por defender uma causa em que sempre acreditou", escreveu dom Paulo.

Viúva, mãe de quatro filhos - a quinta filha morreu num acidente de carro - a médica conquistou vários prêmios nacionais e internacionais por seu trabalho humanitário. No Haiti e em outros países, Zilda pretendia ajudar a população com a receita simples mas eficiente do soro caseiro e do controle da pesagem. Este ano, ela iria também a Argentina, Colômbia, Uruguai, México, República Dominicana, Angola e Guiné-Bissau, segundo a Pastoral. O corpo da médica deve chegar no fim desta semana ao Brasil, segundo Nelson Arns Neumann, um de seus filhos e coordenador-adjunto da Pastoral da Criança.

"O Ministério das Relações Exteriores cedeu um avião para trazer o corpo ao Brasil, e a previsão é que chegue nas próximas 24 horas", afirmou ele.

O velório será na sede da Pastoral, em Curitiba, e o enterro, na mesma cidade.

Incansável. Além da Pastoral da Criança, Zilda Arns também coordenava a Pastoral da Pessoa Idosa, era representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional de Saúde e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES).

Como capacitadora, viajou por vários países ministrando cursos e seminários. O governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), decretou luto oficial de três dias no Estado pela morte de Zilda e lamentou. "Morreu minha amiga Zilda Arns. Grande perda para o Brasil e dor para os amigos’’. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), também decretou luto oficial de três dias.

Médica deixou carta à Pastoral antes de embarcar para o Haiti
São Paulo. Sem imaginar o desastre que enfrentaria, Zilda Arns deixou uma carta, dias antes de embarcar para o Haiti, aos coordenadores e líderes das pastorais. No documento, indica aos colegas a missão de encontrar e atender novas gestantes. "No mês que vem tem mutirão em busca das gestantes. Comece desde já a organizar o mutirão em sua comunidade. Fique de olho nas novas gestantes. Seu apoio é muito importante para que elas tenham uma gravidez saudável e feliz", diz Zilda, na carta escrita no final de 2009. Ela se mostrava esperançosa em expandir o trabalho no Haiti e animada com o crescimento da Pastoral da Criança pelo mundo.



fonte:Otempo

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