Related Posts with Thumbnails

1 de novembro de 2009

Oposição deve tentar 'descolar' Dilma de Lula e bater menos

Especialistas já preveem um debate mais propositivo e menos agressivo


Brasília. Se depender da percepção atual dos políticos brasileiros e de especialistas em marketing eleitoral, as próximas campanhas para governador nos principais Estados e para a Presidência da República devem fugir à regra das anteriores. A tradicional baixaria e as críticas desmedidas às administrações passadas em debates e programas no rádio e na televisão serão deixadas de lado - ou pelo menos adiadas ao máximo - para dar lugar a promessas de melhorias na vida do eleitor e de continuidade em projetos bem-sucedidos. O "descolamento" do candidato do seu padrinho político também terá destaque.

A mudança de estratégia, na opinião de especialistas ouvidos pela reportagem de O TEMPO, não se deve tanto ao amadurecimento da classe política após mais de 20 anos do retorno das eleições diretas, mas, principalmente, ao bom desempenho junto à opinião pública da maioria dos chefes de Executivo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por exemplo, goza de uma aprovação pessoal de 81% entre os brasileiros, e o seu governo, de 69%, conforme dados da pesquisa CNI/Ibope do mês de setembro.

"Vai ser difícil a campanha da oposição no plano federal. Ninguém vai bater muito porque o governo Lula está muito bem avaliado, e o ataque pode surtir efeito contrário. Todos (presidenciáveis) devem prometer mais do mesmo. Ou seja, estabilidade monetária e melhorias em programas sociais já existentes", prevê o consultor político Alexandre Barros, apostando em menos ataques e mais promessas. Na opinião dele, nesse ponto, a provável candidata do governo, a ministra Dilma Rousseff, sai na frente "por ter a bênção do presidente".

"É bom ser candidato do governo nessa situação, quando está tudo indo muito bem e com boa avaliação". No entanto, para Barros, o governo também terá que mudar sua campanha em razão de um novo tipo de eleitor, criado durante o período de estabilidade econômica. "É um equívoco uma campanha da Dilma baseada em obra pública. O eleitor hoje é individualizado. Ele quer garantir o seu poder de compra para a sua moto, seus eletrodomésticos".

"Descolamento". A estratégia colocada na ordem do dia da oposição para minar a candidata do governo sem bater diretamente em Lula, na avaliação do consultor político Alexandre Bandeira, é o "descolamento" da imagem de Dilma da do presidente. "Dilma não é Lula. Esse será o discurso da oposição. A avaliação da pessoa do presidente é muito alta, mas a do seu governo é menor, apesar de muito boa", acredita Bandeira.

Por outro lado, conforme o consultor político, o governo já investe na campanha para verticalizar o prestígio de Lula para sua candidata e deve intensificar essa tática no próximo ano. "Essa viagem ao São Francisco foi um teste em um cenário bem próximo a um ambiente eleitoral".

fonte:Otempo

0 comentários: