
Um bate-boca entre o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) provocou nesta quinta-feira (6) a suspensão da sessão do Senado para que os ânimos se acalmassem. Calheiros e Tasso discutiram após o peemedebista ler a representação de seu partido contra o senador Arthur Virgílio (AM). O protocolo do PMDB cumpre a ameaça de retaliação feita por Renan.
Segundo ele, ao representar contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o PSDB transformou a crise política em partidária. Após Calheiros concluir a leitura da representação, Tasso pediu que fosse retirada do plenário uma pessoa que estaria se manifestando favoravelmente à representação.
O peemedebista criticou o tucano dizendo que ele era “minoria com complexo de maioria”. Tasso se irritou e o bate-boca começou: “Não aponte esse dedo sujo para cima de mim”, disse Tasso. “O dedo sujo infelizmente é o de vossa excelência. O dedo dos jatinhos que o Senado pagou”, rebateu Calheiros. “Pelo menos, era com meu dinheiro. O jato é meu. Não é o que o senhor anda, o de seus empreiteiros”, respondeu Tasso. Na sequência, Calheiros teria, segundo senadores e um assessor, xinagdo Tasso fora do microfone, o chamando de "coronel de merda". O tucano reclamou das “palavras de baixo calão” e disse que Renan havia quebrado o decoro parlamentar.

Ele apresentou várias denúncias publicadas pela imprensa no período em que Renan, então presidente do Senado, respondeu a processo de cassação. O líder tucano falou do episódio em que o peemedebista foi acusado de ter as contas pagas por um empreiteiro. Mencionou supostas irregularidades envolvendo a criação de gado de Renan, entre outras denúncias."Sinto que vossa excelência está achando que é imortal. Vossa excelência está sustentando o presidente Sarney no comando do Senado para se manter imortal. Está fazendo e acontecendo aqui dentro do Senado, depois de ser quase cassado lá atrás.
Muito cuidado, quanto mais alto a gente vai, maior é o tombo", provocou Virgílio. O principal fato destacado na representação é o de um servidor do gabinete de Virgílio ter recebido da Casa enquanto estudava teatro na Espanha. O tucano já admitiu o fato e está devolvendo cerca de R$ 210 mil à Casa referentes a pagamentos feitos ao servidor. Segundo Calheiros, até horas extras foram pagas enquanto o servidor do tucano estava fora do país. Além deste tema, a representação do PMDB trata de um empréstimo que o ex- diretor-geral da Casa teria feito ao líder do PSDB. Virgílio afirmou em plenário não saber que o dinheiro era de Agaciel e que fez o pedido de dinheiro a um funcionário quando estava em Paris e teve problemas em seu cartão bancário.
O PMDB acusa Virgílio também de ter usado dinheiro da Casa para o tratamento de saúde da sua mãe, já falecida. O tucano argumenta que seu pai foi senador e que sua mãe teria direito ao atendimento médico. Outra parte da representação diz respeito à nomeação de um servidor que seria personal trainer de Virgílio. O líder do PSDB nega que o funcionário seja seu personal trainer.
fonte:G1
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