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1 de agosto de 2011

Enxaqueca é uma das 20 doenças mais debilitantes, diz OMS

Sem cura, pacientes devem aprender formas de lidar com os sintomas 

Nova York, EUA. A notícia de que a candidata a presidente dos Estados Unidos Michele Bachmann sofre de enxaqueca levanta uma discussão a respeito da doença que, mesmo sendo surpreendentemente comum, é pouco compreendida e frequentemente maltratada. Apesar da grande quantidade de pacientes que sofrem do problema, os sintomas são variados. Há, entretanto, algo em comum para todos: a tentativa de lidar com a doença.

Para alguns, a enxaqueca representa uma dor de cabeça latente e náuseas tão severas que é preciso se recolher a um quarto escuro por vários dias. Para outros, a doença se apresenta como um momento assustador em que, quando se está dirigindo, uma aura luminosa o força a parar no acostamento.

Segundo Craig Partridge, cientista-chefe de uma companhia de pesquisa em alta tecnologia em East Lansing, no Estado de Michigan (EUA), a sensação é a mesma de ter um prego afixado ao crânio. Ele começou a ter enxaquecas quando era adolescente.

Mais de 10% dos adultos e crianças nos EUA sofrem de enxaqueca - três vezes mais comum em mulheres do que em homens - e, segundo a Fundação de Pesquisa em Enxaqueca, nos EUA, quase um quarto das famílias no país é afetado pela doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) coloca a enxaqueca no ranking das 20 condições de saúde mais debilitantes. Mais de 90% dos que sofrem dos sintomas não são capazes de trabalhar durante uma crise, que pode durar horas e até mesmo dias.

Alguns dos afetados afirmam que os sintomas são tão debilitantes que eles não se imaginam em uma posição de trabalho em que tenham grande responsabilidade. Mas outros destacam que anos de experiência e novos tratamentos os ajudaram a desenvolverem formas de lidar com o problema. Eles afirmam que a situação os forçou a cuidarem melhor de si mesmos e a adotarem hábitos saudáveis, como dormir melhor e lidar com o estresse.

Craig aprendeu a evitar a cafeína e luzes intensas e agora carrega óculos escuros em dias ensolarados. Após anos tomando ibuprofeno, ele desenvolveu uma úlcera. Por acaso, descobriu que um suplemento de magnésio reduzia a frequência das crises e, agora, tem apenas três por ano.

Kat Smith, uma mãe de 47 anos na Pensilvânia, nos EUA, conta que sua primeira crise apareceu logo após um acidente de bicicleta, quando tinha 20. Anos depois, com o nascimento de seu filho, passou a ter enxaquecas

"frequentes e violentas", ela completa, cerca de 12 vezes por mês. "Tive que reconstruir minha vida após aceitar que sou uma pessoa da enxaqueca e que as crises não iriam simplesmente desaparecer". Ela se adaptou: desistiu do hóquei no gelo e da ginástica aeróbica e os substituiu por yoga.


Frequência
10% dos adultos e crianças nos EUA sofrem de enxaqueca, o que afeta um quarto das famílias.

3 vezes mais comum entre mulheres do que entre homens.

Ao vivo
Crise. Durante uma cobertura do Grammy Awards, a repórter Serene Branson começou a falar frases sem sentido. Parecia que ela estava tendo um derrame ao vivo. Mais tarde, seu médico concluiu que ela havia tido uma crise complexa de enxaqueca.

Medicina
Principal problema é o tratamento inadequado

Nova York. Algumas vítimas da enxaqueca, como a candidata a presidente dos Estados Unidos Michele Bachmann, têm crises tão severas que têm que ser levadas ao pronto-socorro. Mas um estudo recente publicado na revista "Jounal Pain Reserarch & Management" revela que os pacientes que são admitidos no pronto-socorro com quadros de enxaqueca raramente recebem tratamento apropriado. A pesquisa sugere que é preciso que os médicos sejam educados com relação ao problema.

Segundo Satnam Nijar, professor assistente de neurologia no Centro John Hopkins de Dores de Cabeça e principal autor do estudo, sem tratamento e remédios apropriados, a enxaqueca pode deixar os pacientes completamente incapacitados. E completa: "Essa é, provavelmente, a causa mais comum de faltas no trabalho nos Estados Unidos".

Robert Dalton, diretor-executivo da Fundação Nacional de Dor de Cabeça em Chicago, nos EUA, afirma que, apesar de o problema da enxaqueca ser muito prejudicial, a questão maior é os pacientes não serem devidamente tratados. "O que queremos que as pessoas entendam é que a enxaqueca é debilitante quando não é devidamente tratada", completa.




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