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22 de junho de 2011

Estudo aponta para extinção em massa nos oceanos e mares

Ação de poluentes diferentes está provocando efeitos em cadeia mundial

Londres, Reino Unido. Um novo estudo indica que os ecossistemas marinhos enfrentam perigos ainda maiores do que os estimados até agora pelos cientistas e que correm o risco de entrarem em uma fase de extinção de espécies sem precedentes na história da humanidade.

O levantamento foi realizado por especialistas que integram o Programa Internacional sobre o Estado dos Oceanos (IPSO, na sigla em inglês), uma entidade formada por cientistas e outros especialistas no assunto. Eles concluíram que fatores como a pesca excessiva, a poluição e as mudanças climáticas estão agindo em conjunto de uma forma que não havia sido antecipada.
A pesquisa reuniu especialistas de diferentes disciplinas, incluindo ambientalistas com especialização em recifes de corais, toxicologistas e cientistas especializados em pesca. "As conclusões são chocantes. Estamos vendo mudanças que estão acontecendo mais rápido do que estávamos esperando e de formas que não esperávamos que fossem acontecer por centenas de anos’’, disse Alex Rogers, diretor científico do IPSO e professor da Universidade de Oxford.

Entre as mudanças que estão ocorrendo antes do esperado estão o derretimento da camada de gelo no Ártico, na Groenlândia e na Antártida, o aumento do nível dos oceanos e a liberação de metano no leito do mar. O estudo observou que existem efeitos em cadeia provocados pela ação de diferentes poluentes.

A pesquisa observou, por exemplo, que alguns poluentes permanecem nos oceanos por estarem presos a pequenas partículas de plástico que foram parar no leito do oceano. Com isso, há um aumento também de poluentes que são consumidos por peixes que vivem no fundo do mar.

Partículas de plástico são responsáveis também por transportar algas de parte a parte, contribuindo para a proliferação de algas tóxicas, o que também é provocado pelo influxo para os oceanos de nutrientes e poluentes provenientes de áreas agrícolas.

O estudo descreveu ainda como a acidificação do oceano, o aquecimento global e a poluição agem de forma conjunta para aumentar as ameaças aos recifes de corais - 75% dos corais mundiais correm o risco de sofrerem um severo declínio.

As conclusões do relatório serão apresentadas na sede da ONU, em Nova York, nesta semana


Ação do homem pode levar a um sexto ciclo de mortandade

Londres. A vida na Terra já enfrentou cinco "ciclos de extinção em massa" causados por eventos como a queda de asteroides. Mas os cientistas acreditam que o impacto de diferentes ações exercidas pelo homem poderá contribuir para um sexto ciclo. "Ainda contamos com boa parte da biodiversidade mundial, mas o ritmo atual da extinção é muito mais alto (do que no passado) e o que estamos enfrentando é um evento de extinção global significativa", afirma o professor Alex Rogers.

O relatório observa ainda que eventos anteriores de extinção em massa tiveram ligação com tendências que estão ocorrendo atualmente, como distúrbios no ciclo de carbono, acidificação e baixa concentração de oxigênio na água. Os níveis de CO² que estão sendo absorvidos pelos oceanos já são bem mais altos que aqueles registrados durante a grande extinção de espécies marinhas que ocorreu há 55 milhões de anos.

O estudo aconselha a adoção de medidas urgentes como o fim da pesca predatória, o mapeamento e redução dos poluentes e a redução dos gases do efeito estufa.




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