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20 de agosto de 2010

Distúrbio de déficit de atenção pode atrapalhar o casamento

Terapia é possível solução para minimizar impacto sobre a relação

Seu cônjuge se esquece constantemente das tarefas de casa e fica perdido com o calendário? Você às vezes sente que, em vez de viver com um cônjuge, você está criando outro filho? Se essas respostas forem sim, seu casamento pode estar sofrendo de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).

Um casamento com déficit de atenção? Pode parecer piada, mas a ideia de que problemas de atenção podem atrapalhar os relacionamentos adultos está sendo mais estudada por especialistas em saúde mental. Em um casamento, os sintomas comuns do transtorno - distração, desorganização, esquecimento - podem ser facilmente mal interpretadas como preguiça, egoísmo e falta de amor e preocupação.

Especialistas sugerem que pelo menos 4% dos adultos sofrem de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH); que metade de todas as crianças com déficit de atenção não se recupera totalmente do problema e continua a lutar contra os sintomas na maturidade; e que muitos adultos com o problema nunca chegam a ser diagnosticados quando crianças.

Adultos com déficit de atenção geralmente aprendem estratégias de sobrevivência para ajudá-los a se manterem organizados e concentrados no trabalho. Entretanto, especialistas dizem que muitos desses adultos têm dificuldade em casa, onde a tendência a ficar distraído é uma fonte constante de conflito. Algumas pesquisas sugerem que esses adultos são duas vezes mais prováveis de se divorciar, e um estudo descobriu níveis altos de aflição em 60% dos casamentos em que um dos cônjuges tem o distúrbio.

"Normalmente, as pessoas não percebem que o TDAH está provocando um impacto sobre o casamento delas, pois não se há uma variedade de estudos sobre isso", disse Melissa Orlov, autora de "The ADHD Effect on Marriage" ("O Efeito do TDAH sobre o Casamento"), que será publicado nos EUA em setembro.

Melissa conta que começou a estudar a influência negativa do déficit de atenção sobre os relacionamentos após seu marido ser diagnosticado com esse problema cinco anos atrás. Embora trabalhasse havia muitos anos com Ned Hallowell, importante pesquisador sobre o assunto, Melissa não percebeu na época que o transtorno também estava arruinando seu casamento. "Eu sentia que meu marido estava consistentemente inconsistente", disse ela. "Nunca dava para contar com ele. Eu que antes sentia que estava sendo a responsável por tudo, passei a ter uma raiva crônica. Também não estava gostando da pessoa que eu me tornei na época".

É claro que as reclamações de que o marido ou mulher não se preocupa, não dá atenção suficiente ou não ajuda nas tarefas de casa podem acontecer em todo tipo de casamento, e não apenas naqueles onde um ou ambos os cônjuges têm déficit de atenção. Entretanto, o TDAH pode piorar as coisas.

O problema
- Um desafio para um casal com TDAH é aceitar o peso negativo real que ele pode ter. Geralmente, o parceiro sem TDAH teme que o diagnóstico dê ao outro uma desculpa para não ajudar. Ao mesmo tempo o parceiro com o transtorno costuma ter dificuldade em entender como seu comportamento afeta as outras pessoas.
- Teste se você pode ter TDAH no site www.dda-deficitdeatencao.com.br/testesonline/
- Consulte um médico se você achar que tem esse transtorno


Responsabilidade

Companheiro se sobrecarrega

O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade pode fazer com que um dos cônjuges acabe ficando com 100% da responsabilidade familiar, pois o outro parceiro se esquece de apanhar as crianças na escola ou pagar as contas na data de vencimento. Os cônjuges sem problemas de atenção podem se sentir ignorados ou não amados quando seu parceiro fica distraído demais.

Quem não tem o problema acaba reclamando constantemente para que as coisas sejam feitas. Já os cônjuges com déficit de atenção geralmente nem percebem o último equívoco e ficam confusos com a raiva do parceiro. Uma lista longa de coisas a se fazer ou uma casa bagunçada é consternador para o cérebro com TDAH, fazendo com que a pessoa se isole em um computador ou um videogame aumentando ainda mais a raiva do cônjuge.

Isso acontece não porque eles são preguiçosos ou não amam seu cônjuge, mas apenas porque eles são distraídos, disse a pesquisadora Melissa Orlov. Mas, se você não souber que o problema é essa distração, você começa a pensar que a pessoa não gosta de você, e começa a surgir raiva e ressentimento.

Embora o tratamento geralmente comece com medicação, os remédios não costumam resolver os problemas do casal. Psicoterapia pode ser necessária para descarregar anos de ressentimentos acumulados. Terapia comportamental e estratégias de sobrevivências para os dois cônjuges também são essenciais.

De mãos dadas

Casal tem de aprender a conviver com o problema

É cada vez maior o número de casais que procuram o consultório da psicóloga Cleide Heloisa Partel, em São Paulo, se queixando de conflitos causados pelo déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) de um dos cônjuges. É preciso que ambos conheçam o transtorno e aprendam a conviver com ele, para evitar a separação, afirma a especialista em déficit de atenção e hiperatividade.

Segundo ela, boa parte dos casos pode ser controlada com terapia cognitiva, em sessões semanais. Uma vez por mês, o portador ganha a companhia do parceiro na ida ao consultório. Quem tem o TDAH deve tomar consciência do quanto está sendo relapso e aprender a se dominar. E o companheiro precisa entender que não se trata de descaso, mas de um transtorno sério, diz. O uso de remédios é necessário em algumas situações, de acordo com o grau do distúrbio.

fonte:Otempo

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